População de cidade do PI denuncia caos administrativo e financeiro

01/02/2017 10h09


Fonte G1 PI

Servidores públicos de Monsenhor Gil, a 56 km de Teresina, denunciam o caos administrativo e financeiro que a cidade está passando. Segundo eles, a situação não é muito diferente de muitos outros municípios. Faz apenas um mês que os novos prefeitos assumiram as cidades, mas muitos ainda não tiveram condição de governar.

Mikael é um dos servidores públicos que se sente lesado. Ele fez um empréstimo consignado, descontado no contracheque, mas mesmo assim vem recebendo cobranças do banco. “Nós não temos nada a ver com a situação, porque já foi descontado, ou seja, a nossa parte tá feita”, disse.

Assim como ele, muitos vários servidores estão na mesma situação. Uma cobrança de R$ 96 mil que chegou no dia 26 de janeiro na prefeitura é referente a mais de 100 contratos de servidores de Monsenhor Gil. A prefeitura fez os descontos nos salários, mas não repassou o dinheiro ao banco.

Um mês depois de assumir, o prefeito ainda nem sequer sentou na cadeira devido a falta de energia no prédio, que está cortada. O débito com a Eletrobrás ultrapassa R$ 1 milhão. “Eu achava e tinha certeza que iria encontrar o município com problema, mas não o caos que se encontra no nosso município”, contou o prefeito João Luiz.

Outra dívida é com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também é grande e segundo o atual prefeito a cidade só recebeu repasse nessa segunda-feira (31), já que as duas primeiras parcelas do Fundo de Participação do Município (FPM) teriam ficado com a previdência social.

No setor de transporte, o único veículo da prefeitura em condições de transitar é uma ambulância. Os demais estão quebrados em um depósito da cidade, inclusive máquinas caras recebidas do governo federal. “Temos que sistematizar os problemas. Não adianta querer resolver tudo de uma vez”, disse o vice-prefeito, José Noronha.

Os prédios públicos também estão deteriorados e em situação de risco, alguns até sem funcionar. A cidade tem cerca de 10.500 mil habitantes segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em nota, o ex-prefeito de Monsenhor Gil, Francisco de Sousa, conhecido como professor Pila, disse que a cidade foi entregue sem nenhum problema e que ao sair deixou tudo organizado. Que a única coisa que ele não conseguiu resolver foi a questão da energia. Ele reconhece que deixou com dívida, mas para o ex-prefeito, não existe situação de calamidade pública.