Polícia Civil anuncia transferência de delegados e sindicato alega retaliação

07/10/2013 16h10


Fonte G1 PI

A Delegacia Geral da Polícia Civil do Piauí anunciou nessa segunda-feira (7) a transferência de delegados distritais para outras delegacias de Teresina. Para Andrea Magalhães, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Piauí (Sindepol), o fato é classificado como retaliação, já que a medida foi tomada após os delegados se recusarem a receber presos nas delegacias.

“Está na cara que a motivação do ato é uma represália, já que até a sexta-feira (4), data do anuncio do não recebimento de presos em delegacias, não havia motivo para tais transferências”, disse.

Ainda segundo Andrea Magalhães, manter presos em delegacias é um perigo para delegados, agentes, escrivães e também para a população, principalmente para quem mora próximo aos distritos.

“Com os presos nos DPs atrapalha a elucidação de crimes, uma vez que os policiais deixam de investigar para custodiar. A situação também é desumana. Não há espaço para os detentos, eles não têm direito a banho de sol e nem visitas, além da falta de estrutura, pois tem algumas delegacias que não possuem nem extintores de incêndio”, argumentou.

O sindicato dos delegados informou que pretende ingressar com uma medida judicial para tentar impedir as transferências. “Iremos pedir uma análise da justiça, pois até quando estávamos recebendo presos estava tudo bem, depois que anunciamos que não receberíamos mais veio o aviso. Isso é um absurdo”, contou Andréa.

De acordo com dados dos Sindepol, atualmente nas delegacias da capital existem 63 presos e 40 na Central de Flagrantes.

Em março deste ano, encerrou o prazo dado pelo juiz José Vidal de Freitas Filho, da 2º Vara das Execuções Penais da Comarca de Teresina, para a Secretaria de Justiça apresentar um plano de retirada dos presos dos distritos da capital. A decisão do juiz acatou um pedido formulado pelo promotor Elói Pereira de Sousa Júnior, Promotor de Justiça titular da 48ª Promotoria das Execuções Penais.

O G1 tentou procurou o delegado geral da Polícia Civil, James Guerra e o secretário de segurança do estado Robert Rios, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.

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