Piauí registrou mais de 350 internações por envenenamento nos últimos 10 anos

11/09/2025 10h29


Fonte G1 PI

Imagem: Luiz Gustavo Graça/TV ClubePiauí registrou mais de 350 internações por envenenamento nos últimos 10 anos.(Imagem:Luiz Gustavo Graça/TV Clube)Piauí registrou mais de 350 internações por envenenamento nos últimos 10 anos.

O Piauí registrou 358 internações por envenenamento de 2015 a 2024. Destes, pelo menos 72 casos foram propositais. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede).

Isso significa que, em média, duas pessoas por mês deram entrada numa emergência em consequência de ingestão de substâncias tóxicas ou que causaram reações graves nos últimos 10 anos.

O caso mais conhecido do estado ocorreu entre 2024 e 2025, em Parnaíba. Francisco de Assis Pereira da Costa e Silva e Maria dos Aflitos Silva são acusados do envenenamento de 10 pessoas - oito delas morreram, sendo sete familiares e uma vizinha.

O estudo da Abramede considera intoxicações por álcool, drogas, pesticidas, medicamentos e outras substâncias biológicas e químicas.
Imagem: Ministério da Saúde, com elaboração EbramedeInternações por envenenamento acidental ou intencional(Imagem:Ministério da Saúde, com elaboração Ebramede)

Contato com animais peçonhentos é 2ª maior causa no estado

Ao g1, a médica Cintia Maria, do Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Piauí (Citox) informou que, entre janeiro e agosto de 2025, a maioria dos casos de envenenamento estiveram relacionados à ingestão de substâncias tóxicas potentes ou ao contato com animais peçonhentos.
  • Medicamentos: 34,2% dos registros;
  • Animais peçonhentos (escorpiões, serpente, aranhas etc): 20,3%;
  • Raticidas (inclui "chumbinho"): 13,9%;
  • Produtos de limpeza: 7,6%;
Casos menos frequentes: agrotóxicos, cosméticos, plantas tóxicas, produtos químicos domésticos/industriais, etanol/combustíveis e intoxicações acidentais com cimento e óleo diesel.

De acordo com Cintia, entre os sintomas de intoxicação estão suor excessivo, náuseas, vômitos, fraqueza, dificuldade respiratória e convulsões, além de dor intensa e alterações neurológicas, como visão turva e salivação intensa.

A médica também orientou sobre os cuidados que devem ser tomados ao identificar sinais de envenenamento.
  1. Manter a calma e garantir a segurança do local;
  2. Retirar a vítima da exposição, como afastar de ambiente e retirar roupas contaminadas;
  3. Não provocar vômito sem orientação médica;
  4. Não oferecer alimentos ou líquidos até a orientação especializada;
  5. Lavar a boca ou pele em casos de contato direto;
  6. Guardar a embalagem ou identificar o animal para auxiliar no diagnóstico e tratamento;
  7. Acionar imediatamente o Citox ou levar a vítima à emergência.
Como medidas preventivas que devem ser adotadas no dia a dia para evitar envenenamentos, a médica pontuou manter casas e quintais limpos, além de usar botas, luvas e roupas adequadas em áreas rurais ou de risco.

"É importante ainda priorizar o armazenamento seguro de produtos, manter venenos e raticidas fora do alcance de crianças e animais domésticos, ler atentamente os rótulos e bulas", concluiu.

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