Pai de Aretha Dantas desabafa em audiência: "Um monstro que planejou tudo"

24/08/2018 08h10


Fonte CidadeVerde.com


Imagem: CidadeVerde.comClique para ampliarAldir Claro(Imagem:CidadeVerde.com)

O pai de Aretha Dantas, Aldir Claro, desabafou na última quinta-feira (23) ao afirmar que o acusado de matar sua filha é um “monstro” por ter premeditado todo o assassinato com crueldade. Aldir Claro disse que acredita na justiça e que ele vai pagar pelo crime de feminicídio.

Hoje aconteceu a audiência de instrução de Paulo Alves dos Santos Neto, acusado de matar a cabeleireira Aretha Dantas com 22 facadas no dia 15 de maio. Paulo, que está preso desde o último dia 16 de maio, era namorado da vítima e foi indiciado por homicídio triplicamente qualificado. Ele é acusado de passar com o carro por cima de Aretha, depois de esfaqueá-la para simular um atropelamento.

Ainda visivelmente abalado o pai deu entrevista ao Jornal do Piauí durante a audiência. “É triste, doloroso a gente sentir na pele o que está acontecendo, mas eu tenho muita fé na justiça dos homens, que essa audiência foi só uma preliminar para abrir mais a curiosidade do povo de saber realmente o que aconteceu, a crueldade que foi feito com aquela coitada moça, que o Paulo matou Aretha, um monstro”, lamentou o pai.

Segundo Aldir Claro, o crime foi planejado. “Ele planejou mais de semana, ajeitou as coisas dela, adulou ela, disse que ela podia ir embora e depois foi pegar ela para ir olhar não sei o que e foi logo esfaqueando ela dentro do carro para levar para o motel. E ele vai pagar porque a justiça dos homens também vale, não é só a de Deus não”.

O promotor que acompanha o caso, Benigno Filho, falou que a audiência comprova, sem dúvidas, que Paulo matou Aretha. Benigno Filho acredita que ainda este ano, o acusado será pronunciado e depois julgado e condenado em júri popular.

“Todas as testemunhas de acusação foram categóricas em dizer que Paulo foi o autor. Falaram da convivência da Aretha com o acusado, o modo agressivo que viviam os dois juntos, e a defesa quis passar para o plenário da instrução, um estado de insanidade mental do acusado. Duas testemunhas de defesa que foram ouvidas, uma irmã e um irmão de Paulo, não contribuíram com nada, apenas informaram que ele era doente, que sofria de insanidade, mas não tem nenhum documento que comprovando isso. O que ficou comprovado é que ele é um assassino de um crime bárbaro, sem nenhuma chance de defesa”, destacou o promotor.

Audiência

Na audiência de instrução e julgamento, não foi permitido fazer imagens de Paulo. O acusado se manteve em silêncio e preferiu não responder aos questionamentos quando convocado a prestar informações.

Ao logo do processo, o juiz Antônio Noleto já negou duas vezes os pedidos de exame de sanidade mental feito pela defesa de Paulo. Ainda assim, a defesa dele alega insanidade mental.

Ao todo, 11 testemunhas foram ouvidas pelo juiz Antônio Noleto, pelos representantes do Ministério Público, da defesa e de integrantes das famílias da vítima e do acusado. Algumas solicitaram que ele fosse retirado da sala enquanto elas prestavam as informações.

Da parte da acusação, uma amiga de Aretha desmaiou durante o depoimento, outra testemunha afirmou ter visto Paulo usando cocaína e outra disse ter se sentido ameaçada por ele.

Foram ouvidas, da parte da defesa, uma secretária da família do Paulo, dois irmãos dele e a delegada Luana Alves, do núcleo de Feminicídio. “A defesa arrolou a delegada como testemunha para tentar desqualificar o trabalho da polícia civil, mas ela demonstrou no seu depoimento, a lisura com que foram feitos todos os levantamento do inquérito, dos laudos”, contou Benigno Filho.

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