Óbito por febre do Nilo deixa Piauí em alerta e Saúde investiga 40 casos

25/07/2019 23h40


Fonte Cidadeverde.com

O Ministério da Saúde confirmou que o Piauí é o único estado com confirmação de casos da febre do Nilo Ocidental em humanos.

Ontem, a Secretaria de Saúde anunciou que foi registrado um óbito (caso de 2017) pela doença. A confirmação deixa o Piauí em situação de alerta e há cerca de 40 casos sendo investigados no estado.

A pedido do Cidadeverde.com, o Ministério da Saúde confirmou que de 2014 a julho de 2019, foram notificados 366 casos humanos suspeitos da febre do Nilo, 161 foram descartados, dois foram inconclusivos e 200 permanecem em investigação. No Piauí, cerca de 40 estão sob suspeitas aguardando resultado do laboratório.

Em nota, o governo federal disse que as causas da morte da idosa de 71 anos, em Piripiri, ainda não estão confirmadas. A paciente é o terceiro caso e estava com o quadro de febre alta, dor de cabeça, vômitos, dores musculares, confusão mental e letargia. O quadro dela evoluiu para uma paralisia do lado direito e crises convulsivas.

O Ministério da Saúde ressalta ainda que a causa básica da morte da idosa passará por uma investigação minuciosa. "A pasta está em contato permanente com o estado do Piauí para apoiá-los nas investigações e na compreensão da situação epidemiológica", destacou.

Veja nota do Ministério da Saúde:

O Ministério da Saúde confirma o terceiro caso humano de Febre do Nilo Ocidental (FNO), em Piripiri/PI. Em junho de 2017, um paciente apresentou quadro de encefalite viral aguda e evoluiu para o óbito, que ocorreu em 07/08/2017, porém a causa não está confirmada. Outros dois casos já tinham sido confirmados (julho/2014 e junho/2017), também no estado, mas esses não evoluíram para óbito. A pasta está em contato permanente com o estado do Piauí para apoiá-los nas investigações e na compreensão da situação epidemiológica.

De 2014 a julho de 2019, foram notificados ao Ministério da Saúde 366 casos humanos suspeitos, dos quais 161 foram descartados, 02 foram inconclusivos, 200 permanecem em investigação e 03 foram confirmados para Febre do Nilo Ocidental.

Não existe tratamento específico para os quadros moderados e leves sem comprometimento do sistema nervoso central. É apenas sintomático, com assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos, quando indicado. Nas formas graves, com envolvimento do sistema nervoso central, o paciente deve ser atendido numa Unidade de Terapia Intensiva, com o intuito de reduzir as complicações e o risco de óbito. O tratamento é de suporte, frequentemente envolvendo hospitalização, reposição intravenosa de fluidos, suporte respiratório e prevenção de infecções secundárias.
O superintendente de Atenção Integral à Saúde da Secretaria Estadual da Saúde, Herlon Guimarães, confirmou que de 2017 pra cá cerca de 40 casos são investigados sob suspeita da doença.
Imagem: ReproduçãoHerlon Guimarães(Imagem:Reprodução)Herlon Guimarães

"É preciso de uma investigação criteriosa, pois o vírus é primo irmão da dengue, zika e o laboratório tem que fazer vários testes para a sua confirmação",
disse Herlon Guimarães.

Referência nacional

Segundo ele, o Piauí está registrando os casos de febre do Nilo porque é o único estado com uma rede de serviços neurológico eficiente.

"Tivemos uma parcela de contribuição no manual de vigilância nacional no setor de neurologia, devido o nosso expertise e a referência que é hoje o estado para a detecção da doença".


Aves migratórias

A Fundação Municipal de Saúde divulgou nota informando que acompanha os casos.

Informou ainda que o litoral e o interior do estado do Piauí situam-se em rotas de aves migratórias, apontadas como elos importantes na disseminação da doença, de acordo com o Centro Nacional de Pesquisa para a Conservação das Aves Silvestres (CEMAVE/ICMBIO).

"O vírus foi detectado também no estado do Espírito Santo, em 2018, e no estado do Ceará, em 2019", diz a nota da Fundação.

O vírus da febre do Nilo Ocidental é transmitido por meio da picada de mosquitos infectados, principalmente do gênero Culex (pernilongo).

Os hospedeiros naturais são algumas espécies como aves silvestres. Também pode infectar humanos, equinos, primatas e outros mamíferos. O homem é considerado um hospedeiro acidental.

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Tópicos: febre, casos, estado