Número de trotes aumenta e atrapalha serviços públicos essenciais no Piauí

29/08/2019 23h44


Fonte G1 PI

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarDe acordo com a polícia, pessoas que praticam o trote podem responder de um ano a seis meses de prisão.(Imagem:Divulgação)De acordo com a polícia, pessoas que praticam o trote podem responder de um ano a seis meses de prisão.
O aumento no número de trotes tem atrapalhado serviços públicos essenciais que precisam se deslocar até o local do chamado, como é o caso dos serviços de saúde e segurança, que contam com viaturas e ambulâncias para atender a população. De acordo com a direção do Samu, quando esses serviços recebem chamados para falsas ocorrências deixam de atender quem realmente precisa do serviço. As pessoas que praticam o trote podem responder de um ano a seis meses de prisão.

As ligações recebidas no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) passam por um médico regulador, que avalia o tipo de ambulância enviar e se realmente tem alguém passando mal do outro lado da linha.

"Existe um protocolo onde a gente pergunta as necessidades que os pacientes apresentam. Por exemplo, se for uma queda, como ele caiu? Como ele está agora? Apresenta falta de ar? E recebemos uma sequência de respostas",
explicou Acelisângela Alves, médica reguladora do Samu.

De acordo com o Samu, de todas as ligações recebidas 1 % é formado por trotes com ambulâncias que são efetivamente enviadas. Cada veículo enviado pode representar a morte de alguém que ficou sem atendimento.

"A gente trabalha com a capacidade de atendimento muito próxima do limite, então uma ambulância que seja liberada, retira a chance de alguém que realmente esteja necessitando de atendido. Pode representar a diferença entre a vida e a morte de alguém",
disse José Ivaldo de Oliveira, diretor-médico do Samu.

O serviço de segurança também passa por isso. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 10% das ligações recebidas são trotes. Foram registradas 2.253 ligações falsas de janeiro a junho deste ano, uma média de 11 por dia.

"No momento em que o sistema consegue identificar que aquele telefone constantemente é utilizado para trotes, o agente aciona o alerta informando da suspeita, inclusive faz o bloqueio daquele telefone e a central não recebe mais ligação daquele número. Nossos profissionais também são treinados a realizar perguntas a quem solicita a equipe para verificar se a ligação é um trote ou não",
explicou Stênio Pires, superintendente da PRF.

Quando o autor é identificado, ele pode criminalmente pela falsa ligação. Nos casos mais graves, que há o acionamento da equipe ao local do trote, a pena pode ser de um a seis anos.  Se for menor de 18 anos, os pais podem ser responsabilizados da mesma forma.

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