Número de mulheres assassinadas em Teresina cresceu 150%, diz estudo

07/03/2013 14h54


Fonte G1 PI

Um levantamento feito pelo Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Piauí (Sinpolpi) revela que o número de mulheres assassinadas em Teresina em 2012 foi superior a 150% quando comparando com os dados de 2011. Na capital, 23 mulheres foram assassinadas no ano passado contra nove no ano anterior. Em todo o Piauí o aumento foi de 49% em relação ao ano anterior, quando 49 mulheres foram mortas.

Pelos dados da pesquisa, a cada mês de 2012 foi assassinada em média mais de quatro mulheres no estado. Segundo o levantamento, o mês mais violento foi abril com um total de nove assassinatos, seguido de março com sete mortes. Os meses que registraram menos ocorrências foram fevereiro e julho com uma morte cada um deles.

Nos chamados crimes passionais 15 mulheres foram mortas. Os casos têm registro de relacionamentos em conflito. Um dado preocupante é o elevado número de vítimas cuja causa do crime foi o seu envolvimento direto ou indireto com gangues que disputam a hegemonia da venda de drogas no Estado. Em sete dos 49 assassinatos a pesquisa registrou este suposto motivo, o que demonstra que é cada vez mais comum as mulheres liderarem gangues de traficantes.

Sobre os dados divulgados pelo Sinpolpi, a delegada da mulher no Piauí, Vilma Alves, considerou exagerado o número de assassinatos em 2012.

“Em relação a 2011, o aumento foi de quase 50%. Um absurdo. Isso mostra que o machismo exagerado e selvagem continua na sociedade”, disse.

Para a delegada, essa realidade pode mudar através de um trabalho mais efetivo de conscientização das pessoas e a promoção de debates nas escolas. “É possível diminuir esse números, com um trabalho de conscientização da nova geração. Ensinar nas escolas o valor da vida de um ser humano. Com essa ação, teremos no futuro uma isonomia de direitos entre os gêneros”, afirma.

Vilma Alves destaca que não é apenas alarmante o número de casos de assassinatos, mas também as ações violentas contra a mulher. “Se somarmos os casos de violência registrados nas três delegacias da mulher de Teresina, os números chegam a mais de seis mil denúncias”, informa.

Segundo a delegada, a Lei Maria da Penha contribui para a redução do número de casos, mas a situação ainda é preocupante. “Esta lei protege o patrimônio vida e reflete o perfil da sensibilidade feminina. Todo tipo de ameaça, constrangimento ou violência praticado contra a mulher é punido pela lei”, disse Vilma Alves.

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