No PI, mãe conta que só descobriu microcefalia do filho no dia do parto

14/01/2016 08h10


Fonte G1 PI

Imagem: Catarina Costa/G1 PIJovem de 21 anos conta como descobriu microcefalia do filho.(Imagem:Catarina Costa/G1 PI)Jovem de 21 anos conta como descobriu microcefalia do filho.

Uma notícia mudou a vida da jovem Cibele Leite, de 21 anos, nos últimos meses. Além da gravidez, ela descobriu somente no dia do parto que o bebê era portador de microcefalia e por isso teria um desenvolvimento cognitivo debilitado. Ainda assustada com a notícia, ela procurou informações sobre a doença e o acompanhamento de especialistas para o filho.

"Perto de completar oito meses de gravidez fiz uma ultrasom, que constatou o tamanho do crânio do meu bebê era inferior. Na época, a médica afirmou ser comum em alguns casos este resultado e poderia ficar no perímetro normal durante a gestação ou depois do nascimento. No entanto, o caso foi confirmado mesmo assim que ele nasceu. Foi aquele choque, eu estava deitada na maca ainda e recebendo aquela notícia",
contou emocionada.

Cibele Leite teve zika vírus no terceiro mês de gravidez, chegou a apresentar vermelhidão na pele e foi medicada. Ela lembra que em maio do ano passado, o vírus ainda não estava associado como causador da microcefalia em bebês.

"Não soube a tempo que o zika teria relação com a microcefalia, se soubesse antes, teria tomado todos os cuidados. Quando recebi o diagnóstico do meu bebê até então eu não sabia o que era a doença dele, mas procurei informações e se isso limitaria o seu desenvolvimento. Os médicos falaram que ele teria um pouquinho de atraso, mas poderia fazer tudo normal",
comentou a jovem.

Com três meses de vida, o bebê já está fazendo acompanhamento com neurologista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e pediatra na rede pública de Teresina. Ele receberá o atendimento até os dois anos de idade para ajudar no seu desenvolvimento. "É um bebê bastante agitado, ativo, esperto e mesmo com pouco tempo ele já quer engatinhar", disse a mãe.

Acompanhamento

A neonatologista Mirela Viveiros foi quem acompanhou a gravidez de Cibele Leite desde o início e explicou que a microcefalia pode ser confirmada ainda durante a gestação. Contudo, em alguns casos é comum o perímetro do crânio do feto ser menor, porque encontra-se em desenvolvimento ou se contraiu para o parto, voltando ao normal horas depois do nascimento.

Imagem: Catarina Costa/G1 PIClique para ampliarNeonatologista fala sobre orientações com as grávidas e bebês.(Imagem:Catarina Costa/G1 PI)

"No caso dos bebês com microcefalia além do tamanho do crânio, eles apresentam uma face diferente dos demais. Como forma de preparar as mães, estamos dando apoio psicológico e encaminhado os recém-nascidos para especialistas adequados. Desde que houve este surto da doença, estamos orientando as mães e analisando os prontuários das crianças nascidas desde agosto de 2015", explicou.

Desde dezembro do ano passado foi elaborado uma nota técnica por diversos profissionais de órgãos da saúde municipal, com orientação de como realizar os procedimentos médicos e exames com a gestante e o bebê, para ajudar no diagnóstico da microcefalia. "É importante a mãe ter este acompanhamento desde o início, até para prepará-la e ajudar no desenvolvimento da criança", destacou a especialista.

No último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, os casos em investigação de microcefalia passaram de 53 para 62, em uma semana no Piauí.

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