Mãe diz que filho foi espancado para confessar homicídio em Teresina

10/05/2016 14h04


Fonte Cidadeverde.com

Um adolescente de 16 anos foi detido e confessou ser o autor do tiro que matou Wilson Inácio da Silva, mototaxista, na última sexta-feira (6), no Parque Brasil, zona Norte de Teresina. Após análise do projétil, a polícia civil desconfiou da versão do rapaz. Hoje (10), a mãe do jovem disse que ele foi espancado para confessar o crime.

"Ele falou que foi forçado a dizer que foi ele, porque ele foi espancado na beira do rio. Ele disse que já estava com o pulmão doendo e aí ele assumiu. Todo mundo sabe que não foi ele, eu tenho provas de que ele não fez isso. A arma que ele estava na mão não era a arma que atirou no moço. Ele confessa o roubo da moto, mas não o tiro",
declarou a mãe, nervosa, preferindo não se identificar.

O secretário de segurança, Fábio Abreu, comentou o caso. Ele disse que além da investigação sobre a morte do mototaxista, a polícia vai apurar a denúncia de espancamento feita pela mãe do adolescente.

"A delegacia de homicídios já desconfiava, os policiais vão olhar as provas testemunhais e técnicas para resolver esse caso. A outra apuração é a acusação da mãe, de tortura e agressão e ela vai ser apurada pela Polícia Militar. Vamos esclarecer tudo isso"
, disse.

O delegado titular da homícidios, Francisco Costa, o Baretta, declarou ontem que o projétil foi encontrado intacto no corpo da vítima, o que permitirá análise completa do material. De início, a polícia já sabe que a munição não pertence à arma encontrada com o rapaz. Ele estava com um armamento de fabricação caseira.

"O projétil estava em perfeito estado, apresenta inclusive as ranhuras do trajeto na arma, não houve desgaste. O instituto de criminalística poderá dizer o calibre real",
explicou.

Confissão

Em vídeo, o rapaz disse que estava sendo perseguido pela polícia após o roubo de uma moto, que ele confessa ter sido o autor. Na gravação, o rapaz diz que foi tentar se livrar da arma quando, acidentalmente, disparou acertando o mototaxista. "Quando eu vi vocês [policiais], eu peguei e saí correndo. Eu vi ele, quando ele dobrou, eu fui junto. Quando tentei jogar para a polícia não me pegar com nada, eu apertei e a arma atirou", contou.

O crime

Wilson foi morto quando ia buscar uma cliente em casa. Ele trabalhava como mototaxista, utilizava o colete de identificação, mas sua moto não estava licenciada e ele não possuia autorização para atuar. Ele foi morto durante perseguição da polícia a um suspeito de roubo. A polícia ainda apura se o homem foi vítima de um tiro acidental - que pode ter sido disparo por policiais - ou se foi executado.

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Tópicos: arma, policiais, roubo, tiro