Justiça condena homem a 37 anos de prisão por duplo homicídio no PI

09/07/2016 10h00


Fonte G1 PI

Fidel Caster Nonato Bastos, irmão do ex-juiz Osório Marques Bastos, suspeito de vender sentenças na região Sul do Piauí, foi condenado a 37 anos de prisão por duplo homicídio pelo Tribunal do Júri de Curimatá em julgamento ocorrido nessa quarta-feira (6). Segundo o Ministério Público, o homem foi reconhecido como um dos maiores líderes do crime organizado no Piauí.

O irmão de Fidel é o ex-juiz Osório Bastos, que faleceu em 2013, respondendo a 12 ações penais, por pistolagem, homicídios, porte ilegal de armas restritas, falsificação de cartas precatórias e favorecimento de criminosos, dentre outros delitos.

Imagem: Reprodução/FantásticoClique para ampliarOsório Marques cumpria pena por uma série de crimes.(Imagem:Reprodução/Fantástico)Osório Marques cumpria pena por uma série de crimes.

Ainda de acordo com o MP-PI, em 2008, contando com o apoio e a proteção de seu irmão, Fidel Caster invadiu a residência de José Carlos Tavares de Lima, que seria um de seus desafetos, e matou a vítima com vários tiros.

O réu estava acompanhado pelo comparsa Wyngredy Nunes da Silva, que também foi morto, a título de “queima de arquivo”.

Na época dos acontecimentos, o promotor de justiça Rômulo Paulo Cordão, então respondendo pela comarca de Curimatá, conduziu as investigações e a instrução dos processos correspondentes, o que resultou na prisão dos dois irmãos. De acordo com as apurações, segundo a promotoria, Fidel e Osório Bastos eram inimigos da vítima. O ex-juiz Osório prestou auxílio material e intelectual para a execução do crime, inclusive fornecendo armas.

Fidel Caster foi condenado a 37 anos de prisão, de acordo com a sentença assinada pelo Juiz de Direito Elvio Íbsen Coutinho. O réu já estava preso, em regime provisório, há sete anos.

Para o promotor Rômulo Cordão, a condenação foi um marco para o combate à impunidade. “Em vida, Osório Bastos sempre desfrutou da noção de que era intocável, por sua condição de magistrado. Muitas vezes arquitetava crimes, executados por comparsas, e depois ele mesmo julgava as pessoas que acobertava. Foi acusado de participação em diversos homicídios, sem falar nos casos de venda de sentença, grilagem de terras, assaltos a bancos e diversos crimes chocantes que contaram com a participação dele”, afirmou.

O promotor disse ainda que um dos crimes mais fortes foi a morte de José Hugo Alves Júnior, o Huguinho, morto a mando do ex-deputado federal do Acre Hidelbrando Pascoal, um assassinato que chamou a atenção de todo o Brasil. “Osório entregou o preso a Hidelbrando em troca de dinheiro”, relatou o Cordão.

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Tópicos: juiz, promotor, bastos