Equipes de transição discordam sobre situação do Estado cobram mais documentos

26/10/2014 07h57


Fonte G1 PI

Terminou na última sexta-feira (24) o prazo para que a gestão do governador Zé Filho (PMDB) enviasse todos os balanços das contas públicas para a equipe de transição do governador eleito Wellington Dias (PT). O secretário de governo, João Henrique Sousa, disse que foram repassados todos os balanços, mas a equipe de transição cobra mais documentos sobre a situação da administração estadual.

Para o secretário, o estado será entregue com a folha salarial em dias, mas com alguns débitos. “Pagamentos com fornecedores devem ter alguns (débitos) aqui e ali com uma empresa terceirizada, que eventualmente não esteja com o pagamento deste mês realizado, o que também sempre aconteceu no estado”, afirmou.

O relatório está com a equipe de transição que faz uma espécie de auditoria paralela, que considerou os dados insuficientes. O estado estaria inadimplente e comprometido de forma administrativamente. “Relatórios ainda muito aquém do que esperávamos. Passamos uma relação de documentos que necessitávamos e acreditamos que iríamos ser atendidos quase totalmente”, disse Francisco José Silva, membro da equipe de transição.

O relatório confirma o que mostra o portal transparência. Segundo o site, a receita do estado até este mês de outubro foi de R$ 5,7 bilhões, quase R$ 2 bilhões a menos do que estava previsto no início do ano. Por conta disso, o estado enfrenta problemas para tocar obras. A terceira ponte Juscelino Kubitschek parou depois da concretagem da pista de rolamento; a segunda ponte Wall Ferraz e o viaduto do balão da Miguel da Rosa são feitos com lentidão.

João Henrique Sousa diz que essas obras se arrastam por conta do bloqueio de recursos, frutos de convênios. “Uma obra substancial no estado do Piauí é feito com recursos próprios, ela é feita com recursos oriundos de outras operações, inclusive de empréstimos. E todo mundo sabe que esses empréstimos deixaram de ser repassados para o governo do estado. Inclusive existe uma discussão judicial por conta disso”, afirmou.

O trabalho de transição é acompanhado de perto pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Os técnicos da divisão de fiscalização da administração pública estadual do TCE se manifestaram por meio de nota oficial.

No texto, o TCE não levanta suspeitas, mas analisa situações específicas dentro do atual governo como o contrato com uma empresa para administração de uma unidade de pronto atendimento em Oeiras e também os repasses do executivo ao Instituto de Assistência e Previdência do Estado do Piauí (Iapep). Segundo os técnicos, os dados dessas operações precisam ser cruzados para a elaboração de um relatório, que só deve ser divulgado em sete dias.