Em áudios, presos desafiam agentes penitenciários em novo tumulto na Custódia

23/08/2017 08h53


Fonte Cidade Verde

Após dois dias de um motim na Casa Custódia, mais um tumulto foi registrado na noite desta terça-feira (22). Presos do pavilhão B entraram em confronto com agentes penitenciários, o que causou desespero em familiares que aguardavam do lado de fora do presídio, de onde era possível ouvir barulho de tiros. Áudios enviados por detentos revelam os momentos de tensão e mostram presos desafiando agentes.

"É de borracha... pode atirar, bando de vacilo... Isso aí não mata, não... bota o colchão na grade, doido... olha a prevenção da polícia aí, ó... pode atirar, maldito",
mostram os áudios enviados por detentos de dentro da Custódia.

A tensão também teve reflexo na área externa do presídio. Sem saber a dimensão do tumulto, familiares aguardavam ansiosamente por informações dos internos.

"Meu marido está aí. Não sei como ele está... eles não dão notícias. Não falam se ele está bem, se está machucado",
disse em prantos, a esposa de um detentos.

Membros da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí, compareceram ao presídio para acompanhar a situação e ouvir as reivindicações dos presos.

Para o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), o princípio de motim teria sido motivado pela superlotação. A capacidade no pavilhão B é para 80 internos, mas o local abriga 277.

Policiais da Rone e da Companhia Independente do Promorar foram acionados para reforçar a segurança. Contudo, a situação foi rapidamente normalizada.

"Eles se aglomeraram, começaram a bater nas grades, mas o efetivo da Polícia Militar entrou imediatamente e controlou a situação",
declarou Carlos Edilson Sousa, subsecretário de Justiça do Piauí.

No motim realizado no domingo (20) em quatro pavilhões, pelo menos 13 presos ficaram feridos. Na madrugada de terça-feira (22), três ônibus e uma caminhonete foram incendiadas em Teresina em locais diferentes, os crimes mobilizaram a polícia, que investiga se a ordem dos ataques partiram de dentro do presídio.

Tópicos: detentos, agentes, motim