"90% dos crimes de homicídios têm relação direta com as drogas", diz Baretta

16/06/2018 08h35


Fonte CidadeVerde.com

Imagem: CidadeVerde.comClique para ampliarDelegado Francisco Costa, o Baretta.(Imagem:CidadeVerde.com)Delegado Francisco Costa, o Baretta.
Com 38 anos de serviço na Polícia Civil (vai completar agora em agosto), o delegado Francisco Costa, o Baretta, já desvendou muitos assassinatos, mas ainda se choca com a crueldade humana.

Certo de que todo criminoso deixa sua marca, o delegado tem uma convicção que lhe tornou conhecido, que diz: "o criminoso sempre deixa sua assinatura no local do crime".

O Cidadeverde.com conversou com o delegado sobre a criminalidade no estado e revelou que 90% dos assassinatos ocorridos, principalmente em Teresina tem relação direta com o tráfico de drogas. Baretta faz um alerta sobre o descontroles na fiscalização da entrada de armas nas fronteiras do Brasil e nas divisas com o estado do Piauí.

"Atualmente, mais de 90% dos crimes de homicídios, principalmente em Teresina tem relação direta com o tráfico de drogas. Às vezes, o indivíduo mata outro por causa de dívida de droga, por espaço e existem os crimes que são rivalidades de gangues",
disse Baretta.

O coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), uma das mais movimentadas, revelou que está mapeando as gangues existentes em Teresina para ajudar nas investigações.

"Nosso propósito é resolver no menor espaço de tempo os inquéritos, prender esses indivíduos e levar para a cadeia",
disse Baretta citando gangues que se destacam hoje como a da Vila Santa Cruz que briga com a do Promorar, além de facções do tráfico como o Galpão que rivaliza contra a R2.

"Quem está matando e quem está morrendo é geralmente pessoas com menos de 30 anos de idade. Pessoas muito novas, infelizmente essa é a realidade".


Pesquisa recente da ONG Sou da Paz mostrou que em Teresina, 99% das armas usadas em crimes são revólveres ou pistolas e de fabricação nacional.

Segundo o delegado, o Piauí não é fabricante de armas e advertiu que as divisas do estado estão abertas. Segundo ele, as fronteiras do Brasil não estão sendo fiscalizadas e há um descontrole na entrada de armamento.

"A pesar das armas terem série, você vê caso como da Marielle. Temos lá um lote de munição que foi vendido para uma determinada unidade policial e foi furtada, roubado ou extraviada e foi usada não só para a morte dela, mas para outros crimes".


Baretta condenou a proposta de legalização das armas. Segundo ele, a liberação vai aumentar a violência.

"Eu sou terminantemente contra, porque quem tem que usar arma são as pessoas que ocupam o sistema de segurança, pessoas treinadas. Armas não resolvem problema de criminalidade. O que a gente tem visto são pessoas inabilitadas usando armas e cometendo crime a torto e a direita".

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Tópicos: delegado, crimes, armas