67% dos estudantes de 15 anos do Brasil não sabem diferenciar fatos de opiniões, afirma relatório da

06/05/2021 18h27


Fonte G1

 67% dos estudantes de 15 anos do Brasil – quase sete a cada dez – não conseguem diferenciar fatos de opiniões quando fazem leitura de textos, de acordo com um relatório divulgado nesta semana pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O índice está acima da média registrada em estudantes de outros 79 países analisados pela organização, que é de 53%.

No documento "Leitores do século 21: Desenvolvendo habilidades de alfabetização em um mundo digital", a OCDE afirma que as tecnologias digitais são responsáveis por uma maior disseminação da informação, com variedade de formatos que nem sempre se encaixam em modelos tradicionais.

Isso faz com que seja necessário ensinar aos alunos a distinção entre os textos e a qualidade dos e-mails recebidos. Por exemplo, se são golpes criminosos para roubar dados (phishing) ou até propagandas indesejadas (spams).

"As tecnologias digitais possibilitaram a disseminação de todos os tipos de informação, substituindo formatos tradicionais, como jornais, que geralmente fazem uma seleção mais criteriosa do conteúdo", aponta um trecho do relatório.

"O enorme fluxo de informações que caracteriza a era digital exige que os leitores sejam capazes de distinguir entre fato e opinião. Os leitores devem aprender estratégias para detectar informações tendenciosas e conteúdo malicioso, como notícias falsas e e-mails de phishing. A "infodemia" na qual eventos como a pandemia de Covid-19 nos envolveram torna mais difícil discernir a precisão das informações quando o tempo de reação é crucial. Isso ilustra como é essencial ser um leitor proficiente em um mundo digital", afirma Miyako Ikeda, analista sênior de Educação e Competências da OCDE.

O risco, diz o documento, é de que a desinformação leve à "polarização política, diminuição da confiança nas instituições públicas e falta de credibilidade na democracia".

"A oportunidade de os alunos aprenderem na escola como detectar se as informações são subjetivas ou tendenciosas está fortemente associada ao percentual estimado de acertos no item que se concentra em distinguir fatos de opiniões na avaliação de leitura do Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, feito a cada três anos]. Em média, nos países da OCDE, 55% dos alunos relataram ter sido treinados na escola sobre como reconhecer se as informações são tendenciosas, enquanto 46% dos alunos relataram isso no Brasil", afirma Ikeda.

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