Reino Unido encontra novo coronavírus mutante e amplia lockdown

23/12/2020 18h29


Fonte Folha press

Imagem: ReproduçãoO governo do Reino Unido disse nesta quarta (23) ter identificado uma segunda mutação do coronavírus com maior risco de contágio, e anunciou que mais partes do país entrarão em loc(Imagem:Reprodução)
O governo do Reino Unido disse nesta quarta (23) ter identificado uma segunda mutação do coronavírus com maior risco de contágio, e anunciou que mais partes do país entrarão em lockdown. As novas medidas devem afetar 6 milhões de pessoas, segundo a BBC.

Matt Hancock, ministro da Saúde, afirmou que o país identificou uma segunda nova versão mais infecciosa do coronavírus em seu território, e que esta variedade veio da África do Sul.

"Esta nova variante é altamente preocupante, porque é ainda mais transmissível, e parece ter mutado ainda mais do que a nova variação encontrada no Reino Unido [no sábado]", disse o ministro. Até agora, foram identificados dois casos da segunda nova cepa no país.

Por conta disso, o Reino Unido restringirá a entrada de viajantes vindos da África do Sul.
Zweli Mkhize, ministro da Saúde da África do Sul, disse que o país tem detectado uma alta nos casos com esta variação, e que ela tem atingido especialmente pessoas mais jovens sem fatores de risco. Após serem infectados, pacientes tiveram complicações sérias.

"As duas [cepas] parecem ser mais transmissíveis. Nós temos mais evidências da variante encontrada primeiro no Reino Unido, porque estamos estudando ela com grande detalhamento. Ainda estamos aprendendo sobre a variação da África do Sul", disse Susan Hopkins, do departamento de Saúde Pública da Inglaterra.

No sábado, o governo britânico divulgou que uma nova cepa do coronavírus estava se espalhando rapidamente pelo país, e que ela era até 70% mais contagiosa. Depois disso, mais de 40 países decidiram barrar viajantes vindos do território britânico, incluindo países europeus como Alemanha e Itália. O Brasil e os Estados Unidos seguem permitindo as viagens.

Nesta quarta (23), houve uma reabertura parcial da circulação entre Inglaterra e França, marcada por protestos de caminhoneiros por conta da lentidão no processo e da falta de informações.

Pesquisas iniciais apontam que a cepa anunciada no sábado tem maior habilidade para invadir as células humanas, o que aumenta seu poder de contágio. Essa vantagem ocorre por alterações no chamado "spike", a parte usada pelo vírus para forçar a entrada nas células.

Mutações em vírus, no entanto, são corriqueiras. Conforme o patógeno se reproduz, as novas versões possuem detalhes levemente diferentes das anteriores. Com o tempo, variações mais eficientes acabam se proliferando mais.

O Reino Unido enfrenta uma forte alta nos números da Covid-19. O levantamento desta quarta (23) registrou 744 mortes nas últimas 24 horas e quase 40 mil novos casos. Há cerca de 2.000 novas internações diárias, e quase 19 mil pessoas estão hospitalizadas por conta da doença. Os números não eram tão altos desde abril.

"Contra este cenário de alta de infecções, internações e mortes por coronavírus, é completamente vital agirmos", disse o ministro Hancock. "Simplesmente não poderemos ter o tipo de Natal que todos ansiamos."
A partir de sábado (26), mais regiões do sul da Inglaterra serão colocadas na fase 4 de restrições, na qual já estão Londres e mais algumas partes do país. As medidas passarão a valer em Sussex, Norfolk, Oxfordshire e outras regiões. Com isso, ao todo, 43% dos ingleses estarão sob esse lockdown.

A fase 4 determina o fechamento de lojas não essenciais e de atividades de entretenimento em ambientes fechados. Reuniões internas com pessoas que moram em casas diferentes são proibidas.

Os governos da Escócia e da Irlanda do Norte, que integram o Reino Unido, também anunciaram que seus cidadãos terão novas restrições depois do Natal.


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Tópicos: reino unido, ministro, cepa