Correios e Banco do Brasil não garantem manutenção dos Bancos Postais no Nordeste

27/09/2017 13h25


Fonte Ascom

Uma reunião no Senado nesta terça-feira, 26, em Brasília, entre representantes dos Correios, sindicatos e parlamentares debateu a situação dos bancos postais no Brasil e o fechamento de agências até o dia 11 de outubro deste ano. Segundo os Correios, os custos com as exigências da Justiça do Trabalho, em manter guarda armada e portas com detector de metal tornam inviável a manutenção das agências.

Segundo o presidente dos Correios, Guilherme Campos, a situação avança em caminhos ainda mais críticos e não atinge só o Banco Postal e suas 6.045 agências espalhadas no Brasil.

“Nessa nova parceria do Banco do Brasil com os Correios, que será de 3 anos, perdemos quase 900 milhões de janeiro até agosto deste ano, e tudo isso foi altamente prejudicial para a nossa empresa. Mas não é só isso, precisamos reinventar a empresa, o mundo fez isso há 20 anos e estamos fazendo isso só agora. Nossas atividades de monopólio acabou, precisamos investir em tecnologia e nos novos métodos de comunicação. Os correios vem de um prejuízo de mais de 800 milhões só nesse semestre e mesmo sendo a contra gosto não temos condições de subsidiar o banco postal onde ele não seja lucrativo”,
disse.

A operação do banco postal é deficitária com impacto direto nas pequenas cidades e nas agências mais periféricas. O Brasil tem 759 municípios onde a única possibilidade de agência bancária é um Banco Postal. Levantamento dos Correios estima que para se manter as mais de 6 mil agências no Brasil seria necessário custos mensais de R$ 28 milhões, os gastos caem para R$ 8 milhões se o investimento for apenas para os estados onde há exigência de detector de metal e segurança armada em 1979 agências.

Imagem: Júlio CésarCorreios e Banco do Brasil não garantem manutenção dos Bancos Postais no Nordeste.(Imagem:Júlio César)

De acordo com o coordenador da Bancada do Nordeste, deputado federal Júlio Cesar (PSD/PI) o impacto do fechamento do Banco Postal nos municípios é bem maior que os números mostrados, atinge o pagamentos de benefícios e fluxo de capital para o comércio da cidade.

“Proponho que os Correios pague os oito milhões que é obrigado através de decisão judicial até que encontremos soluções para manter o funcionamento de todas as agências, mas a urgência agora é manter essas 1979 agências abertas. Em Santa Filomena, no Piauí, por exemplo, se a agência fechar o deslocamento será de mais de 200 km, pior que isso, os moradores da cidade vão gastar o que deveria gastar na sua cidade para gastar em uma cidade maior, precisamos pensar urgentemente na função social, não em lucros, essas cidades menores nunca darão lucro mas outras maiores sim, e isso garante equilíbrio, o que não podemos é prejudicar os menos favorecidos, o pobre que não tem dinheiro nem para ir para sua cidade quanto mais ter que viajar para receber um benefício que não dá nem para sustentar sua família”
, lembrou.

O vice-presidente do Banco do Brasil, Walter Malieni Junior, disse que o banco não poderá arcar com a manutenção dos 6 mil pontos de Banco Postal se não houver uma parceria com o governo federal ou com outras instituições, incluindo Correios. “Não há outra solução se não uma parceria, nem o Banco do Brasil e nem os Correios podem arcar integralmente com essas despesas, as negociações ainda não evoluíram mas irão, até outubro teremos soluções para 1800 agências, para todas não”.

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Tópicos: correios, banco, parceria, postal