Casal supera tragédia e renova as esperanças com trigêmeos

05/01/2020 09h34


Fonte G1

Imagem: Reprodução/TV GloboCasal supera tragédia e renova as esperanças com trigêmeos(Imagem:Reprodução/TV Globo)

Uma história de esperança. Na virada do ano de 2010, um casal perdeu duas filhas em um dos deslizamentos que mataram mais de 50 pessoas em Angra dos Reis, litoral sul do Rio.

Dez anos depois, os repórteres Carlos de Lannoy e Rogério Lima foram visitar essa família, que se renovou com a chegada de três presentes.

A vida, às vezes, parece uma brincadeira e surpreende com os seus mistérios. Quem, aos 6 anos de idade, não fica encantado com uma simples lagarta?

As crianças já sabem que a lagarta vira borboleta. E foi o que Flora, Felipe e Valentina, de certa forma, fizeram. Transformaram a vida em algo maior e mais bonito.

A história desses três começou dez anos atrás, quando os pais deles sofreram a dor mais insuportável que alguém pode imaginar.

“Tudo tinha se acabado, a questão de imaginar o para frente não existia. Eu sempre fui de pegar, abraçar e cheirar e eu não tinha mais aquilo”
, disse Cláudia.

Foi no réveillon de 2010. Cláudia e o marido, Marcelo, estavam em Angra dos Reis para celebrar o Ano Novo. Na época, tinham duas filhas: Giovana, de 12 anos, e Gabriela, de 9. A casa onde os quatro passavam a noite foi destruída por um deslizamento de terra. As meninas foram soterradas numa tragédia que matou 53 pessoas naquela madrugada.

Quatro meses depois da tragédia, ainda profundamente abalados, Cláudia e Marcelo fizeram uma homenagem às filhas. Plantaram dois ipês e depositaram as cinzas de Giovana e Gabriela. Sabiam que era preciso continuar tocando a vida. E, assim como as árvores, eles continuaram crescendo juntos. E multiplicaram a vida por três.

Depois de um tempo, Cláudia e Marcelo decidiram ter filhos novamente. Ela fez várias tentativas de inseminação artificial. Em 2013, ficou grávida. O JN acompanhou o nascimento dos trigêmeos.

“Sem dúvida, o nascimento dos três foi um acontecimento muito especial e foi uma virada para a gente. A gente não tem mais tempo de pensar na forma doída do que aconteceu”
, disse Marcelo Repetto.

O sítio do avô das crianças, em Juiz de Fora, virou o refúgio da família. Um lugar onde o contato com a natureza torna mais leve a memória das irmãs mais velhas.

Flora ama as árvores. A Valentina, dizem, lembra muito a Gabriela. E o Felipe aprendeu a pedalar na bicicleta da Giovana.

“O Felipe começou a andar numa bicicletinha sem rodinha e eu lembrei que a Giovana tinha essa bicicleta. Aí levei, consertei a bicicleta e me vi esses dias correndo atrás deles de bicicleta”, contou Marcelo.

A vida se renovou em menos de uma década. A paz voltou como as flores brancas dos ipês, que brotam duas vezes por ano. E os dias de tristeza deram lugar a uma felicidade incomparável.

“Eu estou com 55 anos. Quando tudo aconteceu, eu fiquei morrendo de medo do que eu enfrentar na vida e tal. Com essas crianças eu estou me sentindo de novo um pai criança, correndo atrás deles e brincando com eles, na expectativa de uma brincadeira nova. Então, assim, a vida se refaz, se renova”
, disse Marcelo.

“Você vai dando graças a Deus a cada coisa, sabe? Porque eu consegui engravidar de novo aos 46 anos, porque os meus filhos nasceram com saúde, porque a gente tem tudo o que tem e por ter vivido tudo o que a gente viveu, da forma que a gente viveu”
, afirma Cláudia, emocionada.

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