Abaixo-assinado contra desvio de verbas do Sesc e Senac para a Embratur coletou mais de 40 mil

10/05/2023 16h04

Da redação do FlorianoNews redacao@florianonews.com


Imagem: ReproduçãoClique para ampliarAbaixo-assinado contra desvio de verbas do Sesc e Senac para a Embratur coletou mais de 40 mil assinaturas em um dia(Imagem:Reprodução)Abaixo-assinado contra desvio de verbas do Sesc e Senac para a Embratur coletou mais de 40 mil assinaturas em um dia

O abaixo-assinado lançado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), na última terça-feira (2), contra o desvio de verbas do Sesc e Senac para Embratur já atingiu mais de 40 mil assinaturas em 24 horas. Ele pode ser acessado por este link: https://cnc.portaldocomercio.org.br/sousescsenac.

Nos perfis da CNC nas redes sociais, a campanha para que a população manifeste sua insatisfação em relação aos artigos 11 e 12 do projeto de Lei de Conversão (PLV) nº 09/2023, que desviam 5% dos recursos das contribuições sociais destinadas pelas empresas do setor terciário ao Sesc e ao Senac para a Embratur, já está no ar.

Artistas e atletas de reconhecimento internacional, cujo trabalho social está conectado às instituições, se posicionaram contrários à proposta, em vídeos compartilhados no Instagram, Facebook e Twitter da CNC, Federações, Sesc e Senac.

Se os dispositivos entrarem em vigor, existe o risco real de encerramento das atividades do Sesc e do Senac em mais de 100 cidades brasileiras e mais de R$ 260 milhões deixariam de ser investidos em atendimentos gratuitos (incluindo exames clínicos e odontológicos, por exemplo).

Além do fechamento de unidades, também podem ocorrer demissões de mais de 3,6 mil trabalhadores, redução de 2,6 milhões de quilos de alimentos distribuídos pelo Programa Mesa Brasil, fechamento de 7,7 mil matrículas em educação básica e 31 mil em ensino profissionalizante, entre outros prejuízos que serão sofridos diretamente pela população atendida.

Prejuízo ao turismo

As unidades do Sesc em Parnaíba fizeram uma grande mobilização nesta quarta-feira (10), na Praça da Graça, para coletar assinaturas. Em todas as cidades onde o Sesc e o Senac atuam no Piauí estão sendo realizadas atividades visando aumentar o número de assinaturas ao abaixo-assinado.

Prejuízo ao turismo


A CNC não apenas defende a promoção do turismo brasileiro, bem como trabalha há mais de 75 anos pelo desenvolvimento do setor. Somente na área do turismo, além do fechamento de 23 laboratórios de formação e qualificação de mão de obra para o setor, o Programa de Turismo Social, pelo qual o Sesc oferece passeios e viagens a preços acessíveis, seria afetado.

O Turismo Social do Sesc é referência na América Latina, estimula o desenvolvimento do setor em diversas localidades do interior do país, muitas delas dependentes da programação para grande parte do movimento turístico.

“É um contrassenso que sejam retirados valores da assistência social para a população enquanto o Brasil renuncia a R$ 2,5 bilhões por ano com a retomada da exigência de visto para turistas dos Estados Unidos, do Canadá, do Japão e da Austrália”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Conforme estudo da Confederação, a suspensão da necessidade de visto para turismo no Brasil havia ampliado em 21,5% a quantidade de estrangeiros desses países em 2019, no comparativo com o ano anterior.

Alegação de sobra no orçamento é equivocada

É importante ressaltar que o valor apontado pela Embratur como suposto “superávit” do Sesc e do Senac está destinado à continuação de obras em diversos estados, bem como para o início da construção de novas unidades por todo o País. O orçamento de 2023 foi pactuado pelo Conselho Fiscal do Sesc e do Senac, formado por sete entes, sendo quatro lideranças do Governo Federal, dois de entidades empresariais e um representante da classe trabalhadora. Os recursos sofram empenhados para uso previamente determinado e de conhecimento de todos, inclusive, do governo.

Alteração da lei é inconstitucional

Por lei, todos os recursos do Sesc e Senac devem financiar programas de bem-estar social aos comerciários e suas famílias, além de criar e administrar escolas de aprendizagem comercial e cursos práticos, de formação continuada ou de especialização para os empregados do comércio. Se entrar em vigor, a nova legislação é inconstitucional e fere inúmeras decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que definem que essas verbas não são públicas, já que as contribuições dos grandes empresários do setor terciário devem ser destinadas, exclusivamente, para essas finalidades. Mesmo sem contribuir, as micro e pequenas empresas também são beneficiadas pela qualificação de funcionários e melhoria das condições de vida da população em geral.





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Tópicos: sesc, assinaturas, embratur