Rafaela Silva perde luta e vê Instituto Reação cair diante do Pinheiros na final do Grand Prix

23/09/2019 14h28


Fonte Globoesporte.com

Imagem: DivulgaçãoEm meio à defesa por flagrante em teste antidoping, campeã olímpica é derrotada por Ellen Santana.(Imagem:Divulgação)Em meio à defesa por flagrante em teste antidoping, campeã olímpica é derrotada por Ellen Santana.

Três dias após revelar que foi flagrada em um exame antidoping com a substância fenoterol em seu organismo, a judoca carioca Rafaela Silva sofreu uma derrota e viu seu time, o Instituto Reação, perder para o Esporte Clube Pinheiros na final por equipes do Grand Prix Nacional de Judô, em Brasília.

O placar final apontou 4 a 1 para o Pinheiros. Rafaela, que pertence à categoria leve (até 57kg), perdeu para Ellen Santana, que é da categoria meio-médio (até 70kg). A campeã olímpica sofreu um ippon com 18 segundos decorridos no golden score (tempo extra).

Os outros pontos do Pinheiros foram marcados por Maria Suelen Altheman (sobre Luiza Cruz), Giovani Ferreira (sobre Victor Penalber) e Eduardo Yudi (sobre David Moura). Detalhe é que Yudi é da categoria meio-médio (até 81kg), enquanto Moura é do pesado (acima de 100kg). O único triunfo do Reação veio com Juninho Bomba (sobre Adriano Santos).

No domingo, Rafaela havia vencido duas lutas (contra Agnes Motta, do Paineiras, por waza-ari no golden score; e contra Sarah Nascimento, do Minas, por acúmulo de punições).

- Eu acho que o Instituto Reação é uma equipe to forte. Há quatro ou cinco anos, fazemos finais seguidas. Temos muitos atletas da seleção. Eu perdi, mas sei que sou muito importante para a equipe. Sei da minha importância para o grupo, mas amanhã a gente se levanta. nada acabou. O Pinheiros foi melhor, mas agora é trabalhar - disse Rafaela.
Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDORafaela Silva em entrevista coletiva na sexta-feira.(Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO)Rafaela Silva em entrevista coletiva na sexta-feira.

Campeã mundial, pan-americana e olímpica, Rafaela foi flagrada em exame antidoping no dia 9 de agosto, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em agosto. Em entrevista coletiva realizada na sexta-feira, no Rio, a atleta se defendeu afirmando que a contaminação teria acontecido através do contato com um bebê. A sustância proibida encontrada é a fenoterol, que tem efeito broncodilatador e costuma ser usada em tratamento de doenças respiratórias, como a asma.

- Eu não fico batendo muito na tecla. O que tinha que falar, já falei. Agora vai para meus advogados. Eu estava focada. Queria ajudar minha equipe. Não pude marcar ponto, mas quis ajudar - disse, após a derrota da final do Grand Prix.

Em entrevista ao Esporte Espetacular, da TV Globo, ela rebateu críticas à sua defesa.

- Muita gente acha que é mentira, mas depois que for provada minha inocência e que colocarem as imagens nas redes sociais e nas matérias o pessoal vai entender e vai parar de criticar um pouco. Nem eu ia imaginar que pegar uma bebê de 6 meses no colo isso ia me dopar e colocar uma substância dentro do meu corpo e eu ia estar passando por esse momento agora – afirmou.

O advogado Marcelo Franklin, que no passado recente defendeu inúmeros casos de doping, foi consultado pelo GloboEsporte.com a respeito da substância.

- É preciso analisar caso a caso. É proibido dentro e fora de competição, mas é uma substância apenas especificada, portanto, é menos grave. Mas tem que ver se foi testada em competição ou fora de competição. Tem que ver se houve pedido de uso terapêutico. Tem que ver os pormenores para avaliar. A jurisprudência mundo afora já deu para esse tipo de caso desde advertência a quatro anos de suspensão - afirmou.

Rafaela busca classificação para sua terceira Olimpíada, em Tóquio, no Japão. No momento, ela está em quarto lugar no ranking mundial da categoria.

Após o Pan de Lima, onde foi medalhista de ouro, Rafaela Silva disputou o Mundial de Judô, em Tóquio, no Japão, onde ganhou a medalha de bronze após vencer a francesa Sarah-Léonie Cysique.

Ela também ajudou a equipe mista do Brasil a ficar com o terceiro lugar nessa mesma competição. A carioca foi a primeira judoca mulher brasileira a sagrar-se campeã mundial de judô. Foi em 2013, na edição do Rio de Janeiro.

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