Prata em Tóquio, Bia Ferreira quer consagrar jornada com ouro em Paris
10/07/2024 19h24Fonte Agência Brasil
Imagem: Gaspar Nobrega/COB/Direitos Reservados
Pugilista baiana é uma das favoritas ao pódio olímpico no peso leve.
Pugilista baiana é uma das favoritas ao pódio olímpico no peso leve.A jornada de Beatriz Ferreira no boxe começou na garagem de sua família, aos quatro anos de idade.
Agora, 27 anos depois de colocar as luvas pela primeira vez, a brasileira, filha do bicampeão brasileiro de boxe Raimundo Oliveira Ferreira, é a favorita para ganhar o ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 na categoria peso leve.
Tendo crescido em um bairro pobre de Salvador, seu pai transformou a garagem da casa em uma academia improvisada.
"E aí meu pai pegou a garagem de casa e fez uma academia. Ele tirava o carro, colocava o saco. E chamava os meninos da rua lá, do bairro, pra treinar. Eu acho que era um modo também que ele tinha de tirar o pessoal da rua, as crianças, influenciar, fazendo alguma coisa legal", disse ela à Reuters no centro de treinamento da Federação Brasileira de Boxe.
"Para mim, ganhar um ouro olímpico seria a validação definitiva de minha jornada", revela Bia, primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha de prata em uma competição olímpica de boxe, nos Jogos de Tóquio 2020 - REUTERS/Amanda Perobelli/Direitos Reservados
Em busca de seus sonhos, ela se mudou para São Paulo para treinar com a equipe olímpica.
"Não conhecia ninguém de São Paulo. Mas tinha um sonho. Tinha um sonho e o dinheiro que o boxe me deu. O que que eu fiz? Vim. Aí eu vim. Foi porque a oportunidade de treinar com a equipe olímpica da seleção era inestimável", conta.
Apesar das dificuldades financeiras, ela persistiu, mesmo quando o dinheiro acabou. Sua dedicação valeu a pena quando ela foi convidada para o projeto Vivência Olímpica, na Rio 2016, quando 20 revelações de diversas modalidades conviveram com os atletas olímpicos brasileiros.
"Foi uma grande honra. Entendi o que era ser um atleta de alto rendimento", disse ela.
Bia Ferreira alcançou feitos notáveis em sua jornada. Ela é tetracampeã brasileira, a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha de prata em uma competição olímpica de boxe, em Tóquio (2020), e duas vezes campeã mundial amadora, em 2019 e 2023.
Bia Ferreira tem defendido ferozmente o boxe feminino.
"Olha, em 2016 eram três categorias só. Em Tóquio já foi diferente. Já foi 51. 57. 60. 69. e 75. E hoje a gente tem seis", disse ela. "O boxe feminino já percorreu um longo caminho."
Ela reconhece, no entanto, que ainda há muito a ser feito para alcançar a igualdade com o boxe masculino.
"É questão de persistência. Porque a pior coisa que tem é a dúvida. Então se você viver com a dúvida, você nunca vai saber se você iria ou não conseguir", afirmou ela. "Para mim, ganhar um ouro olímpico seria a validação definitiva de minha jornada."
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