Botafogo e Flamengo se enfrentam de olho nos números e na história do confronto

07/11/2019 15h22


Fonte Extra

Desfazer um clichê no futebol brasileiro não é tarefa fácil, mas os novos tempos vêm se encarregando da hercúlea tarefa. A velha frase de que clássico não tem favorito, ao menos no Rio, vem sumindo até das previsíveis entrevistas antes de cada partida. No clássico de hoje, o favoritismo está tão claro quanto os pintados cabelos de Gabigol — que volta ao Flamengo após suspensão — e os olhos de Carli, capitão e zagueiro do Botafogo.

Os times se reencontram hoje no Nilton Santos em momentos distintos, mas coerentes. Enquanto o favorito Flamengo finalmente colhe em campo os frutos do investimento e bom momento nos cofres do clube, o rival alvinegro sofre na pele e na tabela as consequências do fundo de poço financeiro.

O duelo da 31ª rodada coloca, frente a frente, um clube com uma dívida líquida calculada em R$ 657 milhões, contra outro que, recentemente, anunciou valor parecido — R$ 652 milhões — mas de receita conquistada só em nove meses de 2019.

Prestes a completar um turno do campeonato invicto e a fazer sua maior pontuação na história do Brasileirão — basta não perder hoje — o Flamengo tem mais que o dobro de pontos e o triplo de vitórias do que o Botafogo.

— A vida do Flamengo hoje é uma, a do Botafogo é outra. Mas em clássico isso não existe — opinou Bruno Henrique. — O Flamengo vai defender o dele, fazer o que estamos fazendo, e o Botafogo vai tentar fazer o melhor jogo deles. Todos querem ganhar do Flamengo. Não entra o lado financeiro.

Alvinegro tem história como azarão

Há 40 anos coube ao Botafogo encerrar a sequência de 52 jogos sem perder do Flamengo, vencendo por 1 a 0 e mantendo, junto com o rubro-negro, o seu recorde de maior tempo sem perder (também 52 jogos, entre 1977 e 1978).

No Estadual de 1997, já classificado para a final, o Alvinegro entrou com o time reserva contra o rival, causando revolta no Vasco, que seria eliminado em caso de vitória do Flamengo. Deu Botafogo, 1 a 0. Um caso mais recente aconteceu em 2010, quando um Flamengo ainda recém campeão brasileiro e empolgado com o Império do Amor — Vágner Love e Adriano no ataque — perdeu uma semifinal de Taça Guanabara para um combalido Botafogo, que semanas antes tomara 6 a 0 do Vasco.

— O Flamengo passa por um momento ótimo, não só no ataque. Temos que entrar concentrados. Temos muito para trabalhar. Exige concentração — diz Carli, sabendo que, como há nove anos, os nomes do ataque são os que mais preocupam.

Apesar da história parecer pequenas no abismo da realidade do presente, diretoria e torcida alvinegra escolheram não abaixar a cabeça. A manutenção do acordo de 10% da carga para a torcida visitante, mesmo com o caixa vazio, e os 16 mil ingressos vendidos antecipadamente (três mil para os rubro-negros) mostram uma vontade alvinegra de resistir e cumprir com orgulho o papel de rival local.

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Tópicos: flamengo, botafogo, rival