Análise: Santos de Jesualdo mostra diferenças para estilo de Sampaoli e decepciona na estreia

24/01/2020 09h53


Fonte Globoesporte.com

Imagem: GUILHERME DIONíZIO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDOesualdo Ferreira, técnico do Santos, contra o Bragantino(Imagem:GUILHERME DIONíZIO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO)Jesualdo Ferreira, técnico do Santos, contra o Bragantino

Ilude-se o torcedor que espera ver em 2020 um Santos igual ao de 2019. Logo na estreia (empate por 0 a 0 com o Bragantino), o Peixe, agora comandando pelo português Jesualdo Ferreira, mostrou diferenças relevantes para o estilo do argentino Jorge Sampaoli, vice-campeão brasileiro na temporada passada.

São mudanças que vão desde o estilo no banco de reservas – o explosivo baixinho é substituído pelo calmo veterano – até a marcação mais baixa dos atacantes, começando, por vezes, atrás do meio-campo. Menos intenso, o Santos decepcionou em sua primeira apresentação e correu o risco de ser derrotado no segundo tempo, quando o Bragantino acertou o travessão de Everson.

A frustração pelo empate sem gols, porém, faz parte de um começo de trabalho, que naturalmente tende a evoluir nas próximas semanas, principalmente com o retorno de jogadores importante – como o venezuelano Soteldo, atualmente com sua seleção sub-23 no Pré-Olímpico, disputado na Colômbia.

Imagem: GUILHERME DIONíZIO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDOEduardo Sasha, do Santos, contra o Bragantino(Imagem:GUILHERME DIONíZIO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO)Eduardo Sasha, do Santos, contra o Bragantino

O estilo

Neste ponto, vale um adendo importante sobre as ideias de jogo de Jesualdo Ferreira. O português preza pelo equilíbrio entre defesa e ataque. Em sua visão, para fazer o gol, é fundamental saber se defender e atacar na mesma medida.

A teoria se explica da seguinte forma: o time que perde a bola e consegue recuperá-la rapidamente tem mais chances de fazer o gol. Da mesma forma, é importante saber o que fazer com a bola nos pés e partir rumo ao ataque, afastando-se da defesa.

Na voz do próprio:

– E se todo mundo atacar, se movimentando e saindo de posição, e de repente precisar se defender? Não tem como! Com a bola, é o primeiro momento para se defender e também para atacar. Se os jogadores não entenderem isso, não teremos equilíbrio. É preciso ter o balanço entre uma fase e outra (do jogo).

As diferenças

A partir disso, as diferenças do Santos de Jesualdo para o Santos de Sampaoli passaram a ficar mais claras. A principal delas pareceu ser a intensidade de marcação. Com um time mais posicionado em seu campo de defesa, a marcação do Peixe contra o Bragantino começou na linha de meio-campo e não na metade ofensiva, mais próximo do gol rival.

Algumas das diferenças:
  • Marcação atrás ou na linha de meio-campo;
  • Menos posse de bola (e menos controle do jogo);
  • Menos agressividade e intensidade sem a bola (time mais postado em seu campo);
  • Posicionamento mais fixo (com menos movimentação e troca de setores);
  • Busca constante pelo equilíbrio entre os setores (movimentação em conjunto);
  • Distância maior entre os jogadores (fato que precisará ser ajustado).
É natural que o elenco passe por um período de adaptação neste começo de trabalho. Vale destacar que o Peixe perdeu jogadores importantes e se reforçou com apenas dois jogadores (Madson e Raniel). Mas alguns problemas precisarão ser corrigidos a curto prazo.

O meio-campo é um setor a ser observado com mais atenção. Por vezes posicionado no 4-1-4-1 para sair com a bola, o Santos precisará dar suporte a Alison na saída de bola.

Imagem: LUIS MOURA/WPP/ESTADÃO CONTEÚDOCarlos Sánchez, do Santos, contra o Bragantino (Imagem:LUIS MOURA/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO)Carlos Sánchez, do Santos, contra o Bragantino 

Aberto pela direita, Carlos Sánchez pode funcionar melhor jogando por dentro, com aproximação e ligação entre defesa e ataque. O uruguaio sofre no um contra um e não tem o drible como ponto forte.

É preciso também encontrar o substituto ideal para Soteldo nas ausências do camisa 10. Kaio Jorge, centroavante, não funcionou por ali e saiu no intervalo – teve um entorse no tornozelo esquerdo, segundo Jesualdo. Foi substituído por Raniel, outro centroavante, que prefere jogar centralizado e também não tem afinidade total com a ponta esquerda. Derlis González pode ser opção. Arthur Gomes também.

Marinho, com entorse, pode se tornar um problema para a escalação nos próximos dias – e sozinho nas jogadas de ataque não será a solução para os problemas.

O Santos volta a campo na próxima segunda-feira, às 20h, para enfrentar o Guarani, em Campinas, pela segunda rodada do Paulistão.

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Tópicos: ataque, time, santos, bola, meio campo