Análise: Inter erra de música ao campo, Borré e Ramón DÃaz falham e risco de rebaixamento segue
25/11/2025 08h55Fonte ge
O Inter apostou todas as fichas nas arquibancadas. A torcida fez o que pôde no Beira-Rio, mas o time decepcionou novamente. Empatou em 1 a 1 com o Santos e segue ameaçado pelo rebaixamento. Os erros começaram na trilha sonora e continuaram na insistência de Ramón Díaz em Borré, que acumulou chances desperdiçadas.A torcida empurrou desde a chegada ao Beira-Rio e cantou forte para motivar o time. Foram mais de 37 mil pessoas na noite de segunda-feira. Só que, já na prévia da partida, mostrou que teria outro adversário a superar, além do Peixe: o próprio Colorado.
Pegou mal
Os gaúchos tiveram uma bela recepção na entrada em campo. Verdade. Entretanto, minutos antes, o Inter promoveu uma gafe na escolha das músicas para embalar as arquibancadas.
As caixas de som do Beira-Rio reproduziram a canção “Descer pra BC” de Brenno e Matheus, que tem como refrão “nós vai descer” (SIC). Para um time que luta contra o Z-4, pega mal e ainda oferece munição aos rivais.
Gol e esperança
O começo do jogo se mostrou promissor. O Inter era agressivo e protagonista, como Ramón Díaz apregoa desde quando desembarcou em Porto Alegre. Atuou no campo do Santos, entrincheirou o adversário e não demorou a abrir o placar.
Aos 19, após troca de passes, Alan Rodríguez deu um “gancho” para Borré, que fez belo passe de peito a Alan Patrick. O capitão chutou de canhota e estufou as redes de Brazão.
Borré erra nas finalizações
Seria a redenção do colombiano e o acerto de Ramón Díaz? Afinal, Ricardo Mathias, apesar do gol derradeiro na vitória por 2 a 1 sobre o Ceará, começou novamente no banco. Emiliano Díaz alegou que o garoto de 18 anos apresentou um incômodo em uma das coxas e tratou de valorizar o comprometimento do gringo.
– O Borré vem de uma viagem. A situação estava tensa e ele se ofereceu. Não é uma questão de ter respeito pelas pessoas que botam a cara em momentos ruins. Foi homem. Pode errar e errou, mas demonstra que está comprometido – disse Emiliano.
Borré corria, se movimentava, aparecia para o jogo e tentava. Mas não cumpre o que espera. Perdeu pelo menos três chances no primeiro tempo e a oportunidade de garantir a vitória já antes do intervalo.
– São momentos e temos de cuidar do grupo. Ante a adversidade, você não pode apontar o dedo a um só. Porque se errou ele, erramos também – completou o auxiliar e filho do técnico colorado.
Castigo pela insistência
Ainda assim, foi mantido no segundo tempo. Apesar da aplicação, a interminável fase ruim ganhou mais um capítulo. Borré acabou driblado por Guilherme ao tentar ajudar Aguirre na direita. O cruzamento encontrou Barreal, que deixou tudo igual, aos 16. Logo em seguida ao gol santista, o camisa 19 saiu vaiado pelo estádio.
– Não queremos perder o jogador. Borré nos ajuda muito. Está numa situação difícil e precisamos nos fechar. Precisamos dele. Será muito importante neste final – defendeu Bruno Gomes.
Imagem: Luiz Erbes/AGIF
Borré lamenta chance no empate do Inter contra o Santos.
Borré lamenta chance no empate do Inter contra o Santos.Mesmo sem Borré, o Inter seguiu abaixo. O desempenho do primeiro tempo permaneceu no vestiário. Ramón Díaz não encontrou soluções para furar o bloqueio e criar.
Ainda que Roger Machado tenha sido demitido com (muito) atraso, o argentino não apresenta evolução. Em 12 partidas, são apenas três vitórias, cinco empates e quatro derrotas (38,88% de aproveitamento). Justifica as vaias que recebeu já no anúncio da escalação.
Protestos e pressão
Aliás, o empate frustrou e irritou as arquibancadas. Apupos, gritos de “time sem vergonha”, “tem de ter raça para jogar no Beira-Rio" e xingamentos ao presidente Alessandro Barcellos. O que se repetiu no pátio, com pedidos de renúncia.
O dirigente já sofreu contestações logo que desceu do ônibus da delegação. Ainda que o principal líder, tem evitado declarações. Após o jogo, o vice de futebol José Olavo Bisol se manifestou. Enfim, admitiu explicitamente o risco de rebaixamento, mas defendeu o trabalho na pasta.
Estamos aqui discutindo uma situação muito maior, que é a possibilidade de um rebaixamento.
— José Olavo Bisol, vice de futebol do Inter
– Continuar o trabalho. Unir todos os elos do departamento de futebol, potencializar e dar confiança aos atletas. Uma série de situações que muitas vezes não aparecem. Quando não aparece no campo, parece que não tem cobrança e trabalho. Quando falo da blindagem é buscar potencializar – disse.
E agora?
O discurso precisa virar ação. O Inter tem de parar de errar e entregar algo ao torcedor. Afinal, as arquibancadas fazem o que podem, mas desarmar o rival, defender o chute e acertar a finalização ainda não dá.
Na sexta-feira, o Colorado encara o Vasco, rival próximo na tabela, com apenas um ponto de diferença. O duelo ocorrerá às 19h30, em São Januário. Só uma vitória dará tranquilidade. O que é cada vez mais difícil acreditar.
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