Abel admite "dois eus" em confusão com Calleri e se diz feliz no Palmeiras: "Onde me querem"

12/06/2023 00h31


Fonte ge

Imagem: Marcos RibolliAbel Ferreira leva amarelo de Raphael Claus em São Paulo x Palmeiras.(Imagem:Marcos Ribolli)Abel Ferreira leva amarelo de Raphael Claus em São Paulo x Palmeiras.

Abel Ferreira mostrou suas faces no jogo em que o Palmeiras venceu o São Paulo por 2 a 0, no Morumbi, pela décima rodada do Brasileirão.
 
No primeiro tempo, o português encarou o atacante Calleri em lance no qual julgou que o argentino teria usado o cotovelo numa dividida contra Luan. Depois, no apito final, chamou o adversário para uma conversa particular e deixou o campo num clima completamente amistoso.

– É minha cara, é a intensidade do jogo é dividir todas as bolas e jogar para ganhar. É minha cara, cara da minha equipe e do torcedor. Eu tenho uma estratégia para tudo. Sou um treinador que quer melhorar os jogadores, essa e minha função, e eles devem entrar no campo e saber o que têm que fazer. Aquelas duas imagens (encarando e abraçando Calleri) são os dois eus. O que acontece lá dentro, fica lá dentro, não tenho remorso. Quando erro, assumo como todo mundo faz e peço desculpa. Cometo meus erros como todos e posso melhorar. Os erros estão aí para aprendermos a sermos melhor.

O resultado levou o Verdão aos 22 pontos, dois a menos que o líder Botafogo. Sempre especulado como uma alternativa para a Seleção, ele diz se ver apenas no Verdão:
 
– Meu dia é top. Chego 2h mais cedo, tomo um café da manhã fantástico. Descanso, ai vou para o treino, falo com os jogadores de forma individual, depois concluo o trabalho, faço uma massagem, não tenho nada para reclamar. Estou onde quero estar e onde me querem.

Agora, serão dez dias de intervalo até o próximo compromisso, por conta dos amistosos das seleções na Data Fifa. O Palmeiras enfrenta o Bahia, dia 21, em Salvador. Com seis vitórias e quatro empates, o Palmeiras segue como o único invicto do Brasileirão em dez rodadas.
 
– Nós vamos perder em algum momento, não sei quando. Não conheço uma equipe no mundo que só ganhe. Eu já disse isso no pré-jogo, que as equipes jogam contra nós com muita vontade de ganhar. Temos mantido a consistência, o resultado é pelo trabalho coletivo da equipe. Cada um sabe o que fazer dentro de campo, e precisa se esforçar para fazer isso. Se ganharmos, empatarmos ou perdemos nessas condições, vou lhes dar os parabéns – destacou.

O treinador comentou também sobre Zé Rafael, que foi eleito pelos comentaristas da TV Globo como o "craque do jogo". Embora não goste do prêmio, o técnico disse achar merecida a escolha:
 
– Fico feliz pela pergunta. Vejo muito os carregadores de piano. Sei da quantidade de trabalho que eles têm, e muitas vezes focamos só em quem faz gol, no herói. Se eu mandasse, na haveria esses prêmios individuais. Para isso acontecer, muita gente tem que trabalhar. Todos na minha equipe têm espírito de ajuda, solidariedade, arrogância positiva para nos dar confiança. Fico feliz pelo prêmio ao Zé Rafael, é um presente para um espírito de equipe. Só penso o futebol como algo coletivo, mas esse sou eu.
 
Veja mais trechos da coletiva:
 
Duelos com o São Paulo
 
– Cada jogo é um jogo, cada jogo uma história. O São Paulo pressionou igual ao Palmeiras. Busquem descobrir as diferenças na construção dos dois times. Como o São Paulo constrói e como o Palmeiras constrói. São iguais. No tiro de meta, vamos pressionar. Minhas ideias têm a ver com o que vocês chamam de ataque propositivo, mas também trabalho muito no contra-ataque e na bola parada, não há apenas uma forma de jogar.
 
Elogios a Raphael Claus
 
– Se pudesse, eu comprava o tempo para voltar a jogar, mas tempo não se compra, nem com muito dinheiro, mas meu tempo já foi. Quero dar parabéns ao Claus, que cometeu alguns erros, mas é isso que gosto num arbitro Fifa, um árbitro top, ele está num contexto de alta pressão e entendeu isso. Quero lhe dar os parabéns, o árbitro pode equilibrar ou desequilibrar o jogo, eu gosto muito deste árbitro, é um dos melhores. Ele teve a capacidade de entender a atmosfera do jogo.

Jogadores convocados para as seleções
 
– O trabalho do treinador é saber equilibrar o treino para os jogadores não estarem sobrecarregados ou com falta de treino. Quando os jogadores voltam das seleções, com outra intensidade, outro método de treino, é necessário uma análise muito profunda por parte do treinador para reequilibrar isso. É um desafio fazer isso aqui no Brasil.
 
Mudanças
 
– Não há nada que eu faça no jogo que eu não tenha feito no treino. Essa situação do Jaílson (na defesa) já foi treinada, é fácil tomar as decisões, eu sei o que tem que fazer, os jogadores sabem o que fazer dentro do campo, então é fácil tomar as decisões. Quanto à base, os nossos jogadores mais experientes têm ajudado a base. A atuação dos mais experientes é um suporte para os jovens. O Luan ajudou o Naves, o Piequerez ajuda o Vanderlan, o Zé Rafael ajuda os meio-campistas e por aí vai. Para o Endrick fazer o gol, quem disputou a bola foi o Breno. A base é importante, mas esse suporte dos experientes é importante. Depois me perguntam sobre o Giovani, olha o que o Artur está jogando, assim ele vai ter que esperar. Nossa base é top, mas é necessário ter paciência. Com vários desfalques, apostamos nos moleques e agora é passo a passo.
 
Comparação com Telê Santana no SPFC
 
– Não sou eu que posso responder isso. Tenho uma série de vídeos do Telê guardados que eu quero ver. Eu gosto muito dele e me vejo nele em alguns pontos, na forma de analisar o jogo, os gramados. O que ele pensava há 30 anos, eu penso exatamente igual.
 
 

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Tópicos: jogo, palmeiras, treinador