Sarah lembra de força emocional para 2012 e manda recado à Seleção

03/07/2014 13h55


Fonte G1 PI

Imagem: Arquivo PessoalClique para ampliarSarah tieta Neymar durante Olimpíadas de Londres, em 2012.(Imagem:Arquivo Pessoal)Sarah tieta Neymar durante Olimpíadas de Londres, em 2012.

Depois da classificação da seleção brasileira nas oitavas de final da Copa do Mundo nas cobranças de pênaltis, muito se debateu sobre as expressões emocionadas, até exageradas, de alguns jogadores. Tal descontrole emocional da equipe naquele momento tão delicado remeteu ao que a campeã olímpica Sarah Menezes passou logo após a derrota nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.

Depois da decepcionante eliminação, a judoca piauiense contou com a ajuda de um profissional para garantir o equilíbrio psicológico, similar ao da psicóloga Regina Brandão, convocada a retornar à Granja Comary para conversar com os jogadores do time brasileiro. Sarah deu a volta por cima quatro anos mais tarde, em Londres. Para ela, o Brasil também terá forças para o hexacampeonato. Com a medalha olímpica de ouro como exemplo, a atleta deixou uma mensagem de apoio para o time canarinho pedindo concentração neste momento. Em suas palavras, o grupo tem que arriscar e acreditar sempre no acerto.

- Não foi fácil para conquistar a confiança de volta depois de 2008, mas tive que fazer todo um trabalho com minha psicóloga até adquirir esse equilíbrio. É preciso arriscar. O que bate na hora da competição é aquela ansiedade, o nervosismo. Todos esses fatores temos que controlar e acreditar que somos capazes. Essa confiança vem com a concentração naquilo que você mirou como objetivo. Se estiver pensando em outra coisa fora isso, vai se complicar – revelou Sarah.

Desde muito nova, a judoca foi submetida a enfrentar situações de pressão no esporte. Com nove anos de idade, Sarah despontou como a principal promessa no judô feminino do Piauí e, desde então, passou a ser favorita nas principais competições estaduais e nacionais. Mas a cada título e medalha conquistada, a cobrança por resultados mais significativos eram recorrentes. Foi quando a judoca recebeu a missão de representar o país em Pequim 2008 na categoria até 48Kg. Com apenas 18 anos e o mundo sob suas costas, Sarah sentiu o peso do torneio e caiu logo na primeira luta, interrompendo o sonho do pódio por quatro anos.

Desde então, a atleta foi apresentada a psicóloga Luciana Castelo Branco para iniciar uma nova fase na sua carreira: trabalhar o emocional. Não demorou para a judoca apresentar evolução no tratamento. As medalhas douradas nos grandes campeonatos, como etapas de Grand Slam e Copas do Mundo, começaram a ser colecionadas. Tirando a cada luta, segundo Sarah, a pressão e o receio para as Olimpíadas em Londres.

- Na verdade, não tem uma fórmula mágica para a gente mudar nosso psicológico assim. É algo que se vai trabalhando aos poucos. O que a Luciana (a psicóloga) foi me passando foi justamente fazer acreditar mais em mim. Se estou pensando naquela queda e tenho a oportunidade, por que não arriscar? Antes eu tinha esse medo, mas agora faço quando necessário. E é nisso que os jogadores da Seleção precisam se basear. Muitas vezes eles podem driblar, chutar para o gol e não fazem, temendo que possam perder a bola. Arriscar é a palavra nessas horas – afirmou a campeã olímpica.

Foi com esse pensamento que em Londres 2012, bem mais madura e preparada emocionalmente, que Sarah Menezes fez história conquistando a primeira medalha de ouro para o judô feminino brasileiro nos Jogos Olímpicos. A confiança era tamanha, que sua melhor luta foi justamente o combate final. Atualmente, a judoca é sinônimo de garra, superação e, acima de tudo, força mental.

Tranquila nos tatames, roendo as unhas na Copa

Como atleta, a tranquilidade de Sarah Menezes muitas vezes desestabiliza suas oponentes mesmo antes do início de cada combate. No entanto, essa calma cai por terra quando o assunto é torcer pelo Brasil na Copa do Mundo. Apaixonada por futebol, a judoca é daquelas torcedoras mais fervorosas em frente à TV e confessa que sofreu na última partida da Seleção no Mundial, quando bateu o Chile nas penalidades.

- Aquilo foi um verdadeiro teste para cardíaco. Não imaginei tanta dificuldade naquele jogo, mas como se trata de Copa do Mundo, não tem partida fácil. Espero não sofrer tanto e perder o resto dos dedos contra a Colômbia dessa vez – brincou Sarah.

Imagem: Agência ReutersSarah com medalha de ouro em Londres. Para ela, seleção vai ter mesmo sucesso na Copa.(Imagem:Agência Reuters)Sarah com medalha de ouro em Londres. Para ela, seleção vai ter mesmo sucesso na Copa.

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