Love veste a camisa 99 e se declara: 'Quero morrer aqui'

27/01/2012 13h17


Fonte Globo.com

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarVagner Love(Imagem:Divulgação)Vagner Love

O apelido que Vagner Love carrega tem origem no excesso de amor às mulheres no tempo em que era apenas um jovem sonhando um dia se tornar profissional. Nesta sexta-feira, em sua apresentação oficial ao Flamengo, o cenário era bem diferente. Seu status já vale um investimento de € 10 milhões (R$ 22,8 milhões), quantia desembolsada pelos rubro-negros. E as declarações apaixonadas foram direcionadas ao novo clube.

- Para vestir essa camisa, tem que amar. Eu amo esse clube. Estive aqui só seis meses (em 2010). Agora tenho mais quatro, cinco anos. Não sei quantos anos eu vou ficar aqui, mas, se eu puder, vou morrer aqui - disse Love, depois de levar as mãos ao rosto ao vestir a camisa 99. - Havia prometido que não iria chorar, mas não consigo. Que emoção, nossa.

Já com tranças rubro-negras, feitas nessa quinta-feira, o atacante usou um cordão com o escudo do remo do Flamengo. Falou da complicada negociação com os russos ("foi difícil para c...") e agradeceu aos dirigentes e às pessoas mais próximas por, segundo ele, torcerem, chorarem e aguentarem o estresse.

Love chegou à sede da Gávea acompanhado da namorada, Lucilene, da mãe, Jaira, e da irmã, Vânia. Antes de se dirigir ao salão nobre, conheceu o ex-jogador de basquete Kareem Abdul-Jabbar, que visita o Brasil. Já emocionado, entrou ao som da música "Só Love", cantada por Buchecha, e sentou-se ao lado da presidente Patricia Amorim. A dirigente voltou a fazer uma referência a Thiago Neves, que recentemente se mudou para o Fluminense, ao afirmar que só joga no Flamengo quem quer. E elogiou o novo reforço:

- Não há unanimidade nesse clube. Só você, Love. É um amor incondicional. Você vale qualquer esforço. Não só pelo que você representa, pelos gols, mas pelo seu DNA rubro-negro. Seja bem-vindo.

Vagner Love contou que assinou uma mensagem "eu já sabia, 30-11-2011" na parte interna de uma camisa, como prova da confiança de que voltaria a jogar no Flamengo. Confira abaixo os principais momentos da entrevista.

Declaração de amor

- Queria agradecer ao Flamengo, principalmente ao Michel Levy (vice de finanças), que me ajudou na hora de convencer os russos. Foi difícil para c... Quero agradecer muito às três mulheres da minha vida (mãe, irmã e namorada), que me aguentaram durante esse tempo, todos os estresses. Para vestir essa camisa, tem que gostar, tem que amar. E eu amo esse clube. Tenho mais quatro, cinco anos. Não sei quantos anos eu vou ficar aqui, mas se eu puder eu vou morrer aqui. Já estive na arquibancada e sei o que o torcedor sente. Eu quero entrar na história do clube e vou entrar. Quero conquistar títulos importantes. Agora é só Love, só Love. O Love é do Mengão

Parceria com Ronaldinho


- Espero fazer parceria não só com o Ronaldinho, mas com todos que estão no elenco. Vim fazer o meu melhor. Tenho certeza de que quando entrosar novamente com os companheiros que ainda estão aí e os novos, com os quais não joguei, essa parceria vai dar certo. Com o Adriano, questionavam, e deu certo. Coisas boas vão acontecer. O Flamengo merece.

Referência no ataque

- Deu certo em 2010 e vai dar certo agora. Não tive problema em ser referência no ataque na minha carreira. No CSKA, sempre joguei assim. Agora, ainda tem um craque para dar bola, com um raciocínio fora do normal. É só me movimentar da maneira certa que terei duas ou três chances por jogo.

Comparação com o time de 2010

- Acho que vou encontrar o mesmo ambiente de 2010. Todos se gostam e são unidos. Não vai ser diferente. Quando eu chegar, vou dar uma força a mais. Mas o ânimo de todos sempre foi bom. Às vezes, criam algumas coisas... É deixar de lado e seguir numa linha certa. A única diferença (para o time de 2010) é que a equipe era mais experiente, com jogadores mais rodados. Agora, está bem mesclado, e acho que tem tudo para dar certo. Os mais velhos vão querer jogar, e os garotos estão com todo gás para ajudar.

Torcida rubro-negra

- Não tem torcida, calor humano maior que do Flamengo. Na Rússia eu sentia falta da cobrança no treino e do carinho. A torcida do Flamengo não se compara com nenhuma outra. Sou torcedor. Passei por isso e sei o que eles passam para assistir a um jogo. Vou representar cada um deles em campo, aquele que deixa de comprar um leite, uma fralda, para ir ao jogo. Vou batalhar para conquistar títulos. Quero e vou entrar para a história do Flamengo.

Data de estreia

- Já vinha treinando desde o dia 4 (de janeiro) com um personal trainer. Mas tive que parar uma semana por causa das viagens. Mas, depois de tudo resolvido, acho que estarei pronto para jogar no dia 11 (contra o Nova Iguaçu, em Macaé).

Taça Libertadores


- Chegou a hora de o Flamengo ser campeão da Libertadores. Em 2010, chegou perto (eliminado nas quartas), mas não aconteceu. Torci muito nesse jogo contra o Real Potosí e vamos vencer para conseguir a classificação. Não vamos medir esforços. Se desta vez bater na trave, vamos continuar insistindo, pois vou ter mais tempo para ganhar.

Média de gols

- Quero melhorar (fez 23 gols em 29 jogos em 2010). Quanto mais gols puder fazer, melhor. Vou me concentrar e dedicar aos treinamentos para isso.

Polêmica com o Vasco


- Não falei que jogaria até no Vasco. Perguntaram se jogaria em outro clube do Brasil. Disse que aceitaria jogar em qualquer grande clube. Perguntaram: "aceitaria o Vasco?". Respondi mais uma vez que jogaria em qualquer grande clube do Brasil. Hoje, estou num grande clube.

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