Teresa Cristina dá sentido político aos versos de samba lançado por Benito Di Paula em 1977

18/05/2022 11h05


Fonte G1

 Imagem: Reprodução
Apresentado pelo autor Benito Di Paula em 1977, no álbum que gerou sucessos como Assobiar e chupar cana, o samba Proteção às borboletas sempre ganhou informalmente a voz de Teresa(Imagem:Reprodução)
Apresentado pelo autor Benito Di Paula em 1977, no álbum que gerou sucessos como Assobiar e chupar cana, o samba Proteção às borboletas sempre ganhou informalmente a voz de Teresa Cristina, primeiramente no chuveiro e, a partir de 2020, nas lives diárias que entravam pelas madrugadas pandêmicas e que puseram a artista carioca em outro patamar na cena cultural do Brasil.

Por isso, nada mais natural que Teresa fosse a intérprete convidada a dar voz a versos como “Eu sou como a borboleta / Tudo o que eu penso é liberdade / Não quero ser maltratado / Nem exportado desse meu chão” – devidamente transpostos para o feminino pela cantora na gravação que será lançada em single agendado para quinta-feira, 19 de maio – em registro fonográfico oficial. A gravação foi feita para o songbook que celebra os 80 anos de Benito Di Paula, festejados em novembro de 2021.


Para quem não liga o nome à música, Benito Di Paula é cantor, compositor e instrumentista fluminense que alcançou grande popularidade nas décadas de 1970 e 1980 com samba batucado nas teclas do piano com cadência que, de certa forma, é o embrião do pagode dos anos 1990.

No songbook Benito 80, Teresa Cristina canta Proteção às borboletas com os toques dos músicos Igor Caracas (bateria, tamborim e ganzá), Marcelo Cabral (contrabaixo), Rodrigo Campos (cavaco, agogô e surdo), Rodrigo Vellozo (piano acústico e Rhodes) – filho de Benito e idealizador, diretor artístico e produtor musical do songbook (função dividida com Romulo Fróes) – e Thiago França (flauta).

Com letra escrita por Benito Di Paula com inspiração nos quadros que mantinham borboletas dentro de vidros (“Achavam aquilo lindo. Eu não achava aquilo nada bonito. A borboleta é o símbolo da liberdade. Ela simboliza a liberdade que nós merecemos”, entende o compositor), o samba tem 45 anos e possui versos que podem ser interpretados com sentido político no Brasil de 2022, sobretudo se ouvidos na voz militante de Teresa Cristina.

Anunciado oficialmente em 14 de abril com a edição do single em que João Bosco canta o samba-canção Se não for amor (1974), o songbook Benito 80 reúne regravações do cancioneiro de Benito de Paula nas vozes de 16 artistas. Além das faixas com João Bosco e Teresa Cristina, o disco apresentará registros inéditos de músicas do compositor nas vozes de Criolo (Charlie Brown, 1974), Juçara Marçal (Retalhos de cetim, 1973) e Ná Ozzetti (Depois do amor, 1974), entre outros nomes.