Museu do Piauí recebe exposição que retrata a luta de mulheres com hanseníase contra o preconceito
10/01/2025 09h57Fonte Governo do Piauí
O Museu do Piauí, Casa de Odilon Nunes, em Teresina, recebe a "Exposição de Artes Vozes: contra o estigma, preconceito e outras violências contra mulheres com hanseníase". Realizada em parceria com o Centro de Inteligência em Agravos Tropicais Emergentes e Negligenciados (Ciaten) e a Universidade Federal do Piauí (Ufpi), a mostra foi aberta na quarta-feira (08) e segue até 31 de janeiro.A exposição é resultado de uma pesquisa qualitativa sobre as experiências de estigma, preconceito e violência enfrentadas por mulheres com hanseníase no Piauí. Quem visitou o local teve uma boa impressão sobre as obras e sobre as reflexões que elas trazem. Dentre os visitantes, o casal mineiro José Luiz Fazzi, professor, e Leila Maria Bedeschi Costa, economista.
Imagem: Edmilson Silva
Casal mineiro José Luiz Fazzi, professor, e Leila Maria Bedeschi Costa, economista.
Casal mineiro José Luiz Fazzi, professor, e Leila Maria Bedeschi Costa, economista.José Luiz Fazzi elogiou a exposição, destacando a participação dos alunos, que representaram os resultados da pesquisa. Já Leila Maria Bedeschi Costa enfatizou a importância de utilizar a arte para sensibilizar sobre o preconceito e sofrimento das mulheres. "Me chamou muito a atenção um quadro em que uma mulher fala sobre como a doença, que deforma o corpo, a torna ainda mais excluída. A sociedade exige um padrão de beleza, e a doença agrava essa exclusão. Denunciar isso com arte é fundamental", afirmou Leila.
Entre as obras expostas, destaca-se "Sombra de Isolamento", de Fábio Solon. A obra mostra uma mulher isolada atrás de uma porta, com sua sombra projetada para fora, simbolizando o abandono e o sofrimento solitário. A porta representa a barreira física e emocional imposta pela sociedade, refletindo a exclusão que as mulheres com hanseníase enfrentam.
Imagem: Edmilson Silva
Obra "Sombra de Isolamento", de Fábio Solon.
Obra "Sombra de Isolamento", de Fábio Solon.Em contraste, a obra "Renascimento", também de Solon, mostra uma mulher forte e resiliente, que transforma as manchas da doença em símbolos de superação. Ela se posiciona como defensora contra a violência sofrida pelas mulheres com hanseníase, representando um grito de resistência e empoderamento.
Imagem: Edmilson Silva
Obra "Renascimento", de Fábio Solon.
Obra "Renascimento", de Fábio Solon.A obra "Tons de Mulher", de Maria Rita Amorim Braga, retrata a postura altiva de uma mulher preta que enfrenta os desafios da hanseníase. Seu colo, em tons de roxo, exibe palavras relacionadas à sua identidade como mulher, mãe, profissional e "paciente", refletindo o impacto da doença em sua vida. A obra questiona a autonomia da mulher no processo de saúde-doença e destaca a importância de uma abordagem integral e sensível por parte dos profissionais de saúde.
Imagem: Edmilson Silva
Obra "Tons de Mulher", de Maria Rita Amorim Braga.
Obra "Tons de Mulher", de Maria Rita Amorim Braga.Por fim, "Atraída pela Luz", também de Maria Rita Amorim Braga, simboliza a força feminina através de um girassol que busca a luz, representando a busca pela superação e pelo bem-estar.
A exposição é uma reflexão poderosa sobre o estigma, a violência e a resiliência das mulheres com hanseníase, utilizando a arte como meio de denúncia e empoderamento.
Imagem: Edmilson Silva
Exposição retrata a luta de mulheres com hanseníase contra o preconceito.
Exposição retrata a luta de mulheres com hanseníase contra o preconceito.Para ler mais notícias do FlorianoNews, clique em florianonews.com/noticias. Siga também o FlorianoNews no Twitter e no Facebook












