Morre o poeta e letrista Jorge Salomão, aos 73 anos

07/03/2020 16h30


Fonte Globo cultura

Imagem: divulgaçãoClique para ampliarJorge Salomão(Imagem:divulgação)
RIO — Morreu na manhã deste sábado, aos 73 anos, o poeta, letrista e performer Jorge Salomão. Ele estava internado no Hospital Miguel Couto, na Zona Sul do Rio. A causa da morte ainda não foi confirmada. Ainda não há informações sobre velório e enterro.
Em fevereiro, Jorge teve um infarto e foi internado no Instituto Estadual de Cardiologia, no Humaitá, onde se submeteu a três pontes de safena, a colocação de uma válvula e stents. Na semana passada, queixando-se de dores do abdômen, foi internado no Hospital Miguel Couto. Lá, foi descoberta uma úlcera no seu duodeno, por conta da qual ele foi operado na quinta-feira (5).

Baiano de Jequié e radicado no Rio desde 1969, Jorge era irmão do também poeta Waly Salomão (1943-2003). Como letrista, teve canções gravadas por nomes como Barão Vermelho (“Política voz”), Marina Lima (“Pseudoblues”), Zizi Possi (“Noite”), Adriana Calcanhotto (“Sudoeste”) e Cássia Eller (“Barraco”).

Jorge atuou ainda como performer e diretor teatral. Dirigiu diversas peças em Salvador, entre elas "O macaco da vizinha" (de Joaquim Manuel de Macedo) e "A boa alma de Setchuan" (Bertold Brecht ), além de apresentações musicais.

Em dezembro de 2019, a editora Gryphus publicou suas obras completas no livro "7 em 1", que reúne material das obras "Mosaical", "Olho do tempo", "Campo da Amérika", "Sonoro", "A estrada do pensamento", "Conversa de mosquito" e "Alguns poemas e + alguns", lançados originalmente entre 1994 e 2016, Está em produção, com apoio do Sesc, um disco que reúne suas composições musicais e terá participações de nomes como Wanderlea, Zeca Baleiro e Mônica Salmaso.
O poeta Christovam De Chevalier, amigo de Jorge, estava com a família no Hospital Miguel Couto neste sábado. Envolvido nas preparações para a despedida, ele deu uma declaração ao GLOBO:

— É um amigo que herdei da minha mãe, Scarlet Moon De Chevalier, e acabou ficando muito meu amigo. Ele sempre foi muito contestador na vida, o que lhe trouxe algumas inimizades — diz Christovam. — Tinha aquele jeitão barulhento, muito agitado, o que contrastava com a sua poesia contida, de versos lapidados. Infelizmente, não teve o reconhecimento que merecia em vida. Que o país tenha a curiosidade de conhecer essa obra poética que vale muito a pena. Acho que o Brasil de 2020 pode se espelhar muito em uma grande frase dele, repetida por Cazuza: "Liberdades conquistadas são liberdades conquistadas".

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