Mariana Aydar faz veia nordestina pulsar no festival Radioca com baile-show com músicas de Dominguin

14/11/2022 14h41


Fonte G1

Imagem: Rafael PassosClique para ampliarMariana Aydar(Imagem:Rafael Passos)Mariana Aydar

Mariana Aydar fez pulsar na sexta edição do festival Radioca a veia nordestina que deu impulso à guinada estética da artista.

Embora tenha entrado em cena em 2000 como vocalista do cantor Miltinho Edilberto e tenha integrado a banda de forró Caruá de 2001 a 2003, a cantora paulistana ganhou projeção na mídia com trilogia de ótimos álbuns – Peixes Pássaros Pessoas (2009), Cavaleiro selvagem aqui te sigo (2011) e Pedaço duma asa (2015) – feitos mais para a satisfação dos críticos do que do público.

Veia nordestina (2019), álbum que inspirou o show apresentado por Aydar no sexto Radioca, acena para o povo, como ficou claro no show feito pela artista na noite de domingo, 13 de novembro, em um dos dois palcos armados na Fábrica Cultural, no bairro da Ribeira, em Salvador (BA), para sediar o festival soteropolitano.

Teve MPC na banda, mas teve sobretudo sanfona, zabumba e triângulo, este percutido pela própria Aydar, na apresentação encerrada em clima de pé-de-serra com sucessos como Pedras que cantam (Dominguinhos e Fausto Nilo, 1991) e Frevo mulher (Zé Ramalho, 1979).

A rigor, Mariana Aydar comandou baile-show que animou o público do Radioca 2022 com roteiro que partiu de músicas de clima forrozeiro – como o rastapé São João do Carneirinho (Isabela Moraes, 2013), amalgamada com o standard junino Olha pro céu (Luiz Gonzaga e José Fernandes, 1951) – e abarcou até o sucesso sertanejo Medo bobo (Juliano Tchula, Maraisa, Vinicius Poeta, Junior Pepato e Benício Neto, 2016) em registro que evidenciou a aliciante simplicidade da melodia da música lançada pela dupla Maiara & Maraisa.

E por falar em melodias envolventes, a do xote Te faço um cafuné (Zezum, 1985) – lançado por Dominguinhos (1941 – 2013) e regravado por Aydar em single editado em 2016 como o início da virada estética da cantora – contribuiu para manter o público ligado no show e integrou série de homenagens prestadas por Aydar ao sanfoneiro pernambucano ao longo do roteiro.

Do repertório de Dominguinhos, Aydar também cantou Preciso de teu sorriso (João Leocádio da Silva e Enok Dantas, 2002) e Lamento sertanejo (Dominguinhos e Gilberto Gil, 1973) antes de fazer bloco ainda mais popular com as músicas Morango do nordeste (Walter de Afogados e Fernando Alves, 1987), Espumas ao vento (Accioly Neto, 1997) e o já mencionado hit sertanejo Medo bobo.

Após números mais ativistas, como Na boca do povo e Zé do Caroço (Leci Brandão, 1980), samba em que Aydar experimentou divisões e climas, o baile terminou em clima de pé de serra, sublinhando a empatia do show da cantora no Radioca 2022.

Tópicos: cantora, sertanejo, aydar