Leandro Almeida e a morte de um poeta do samba campeão de Mangueira no Carnaval de 2022

30/09/2021 16h37


Fonte G1

Imagem: DivulgaçãoLeandro Almeida(Imagem:Divulgação)Leandro Almeida

Leandro Almeida virou estrela na constelação que ilumina o céu de Mangueira. A poesia faz sentido quando sabe-se que, por capricho dissonante do destino, o compositor e carnavalesco gaúcho Dioni Leandro Gomes de Almeida (3 de julho de 1973 – 29 de setembro de 2021) terminou o desfile da vida no pódio, mas sem poder assistir à vitória.

Leandro Almeida morreu ontem, aos 48 anos, um dia após a Mangueira ter escolhido o samba-enredo que o artista compôs com Moacyr Luz, Pedro Terra e Bruno Souza para apresentar na avenida no Carnaval de 2022.

Mesmo sem poder testemunhar a vitória na disputa concluída na terça-feira, 28 de setembro, pois já estava internado para tratar o câncer de pulmão diagnosticado em julho que abreviou a vida do artista, Leandro Almeida partiu campeão.

Em Porto Alegre (RS), onde nasceu e foi criado, o compositor já tinha sido campeão há quatro anos quando a escola Imperadores do Samba desfilou no Carnaval de 2017 com samba de autoria do poeta.

A vitória na Mangueira simbolizou a apoteose para o compositor que se mudara para a cidade do Rio de Janeiro (RJ) em 2015, quando já contabilizava 15 anos no ofício de carnavalesco, sonhando com a glória verde-e-rosa.

Consta que foi Leandro Almeida quem incentivou Moacyr Luz – bamba que já emplacara sambas na escola Renascer de Jacarepaguá – a entrar na disputa verde-rosa com samba cujo enredo, Angenor, José e Laurindo, celebra as luminosas passagens pela Mangueira de Angenor de Oliveira (1908 - 1980), o Cartola; José Bispo Clementino dos Santos (1913 – 2008), o intérprete “puxador” popularizado como Jamelão; e Hélio Laurindo da Silva (1921 – 2012), o ritmista, diretor de bateria e mestre-sala conhecido como Delegado.

Tudo a ver com trajetória de Leandro Almeida, cuja citação preferida – "Semente de amor, sei que sou desde nascença..." – era extraída da letra de Não quero mais amar a ninguém (Cartola, Carlos Cachaça e Zé da Zilda, 1936), samba de outros tempos.

Tempos idos que a Mangueira reviverá no Carnaval de 2022, relembrando o passado de glória em desfile assinado pelo Carnavalesco Leandro Vieira, xará do poeta do samba cuja morte silenciou ontem o Morro de Mangueira um dia depois da alegria vivida na disputa travada na Cidade do Samba.

Até porque, como já sentenciaram dois outros bambas no samba Pranto de poeta (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, 1957), em Mangueira todos choram quando morre um poeta.

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Tópicos: mangueira, samba, compositor