Filho de Samuel Rosa estreia no Rock in Rio e diz que pai dá dicas sem "dar uma de professor"

06/09/2022 14h38


Fonte G1

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarJuliano Alvarenga fez live com o pai, Samuel Rosa, durante a pandemia(Imagem:Divulgação)Juliano Alvarenga fez live com o pai, Samuel Rosa, durante a pandemia

Quem reclama que o rock brasileiro sumiu sem deixar sucessores não deve conhecer a banda Daparte, que estreia no Rock in Rio no dia 10 de setembro, no Palco Supernova. O guitarrista e vocalista Juliano Alvarenga, 23 anos, é filho de Samuel Rosa, do Skank.

A franja de Juliano entrega a filiação, mas também o estilo do grupo: o britpop de Oasis e Blur é uma influência dos mineiros, assim como indie e rock clássico. Nota-se a conexão com a segunda fase da banda do pai, quando o Skank ficou menos dancehall e mais Beatles.

O Daparte é uma banda de amigos de Belo Horizonte, formada em 2015 com Juliano e João Ferreira (voz e guitarra), Bernardo Cipriano (voz e teclado), Túlio Lima (voz e baixo) e Daniel Crase (bateria).

No início, Juliano cantava poucas músicas. "Eu tinha uma voz para dentro. Passei por um tratamento de câncer que me deixou debilitado. Eu era um garotinho magrelinho, branquinho, não tinha muita confiança, mas sempre tive o sonho de cantar, e a galera deixou aberto para mim", conta.

Ele foi se firmando. "Eu fui aprendendo com o João. Depois eu comecei a me soltar mais. Nesse novo disco a gente divide os vocais, faz dueto. Eu comecei a me sentir mais confiante. Gosto muito de gritar no show, dou uns berros, gosto muito do John Lennon", avisa.

Essa versão mais confiante de Juliano, ao lado do colega João, está no pop solar "Você gosta dela", a música mais tocada até agora de "Fugadoce", o segundo álbum da banda. É a maior aposta para apesentar a banda no Rock in Rio com um show "para todo mundo pular".

Rosa e Rosinha

Juliano diz que, durante a pandemia, ficou assistindo vídeos de shows para estudar os vocalistas. Aí veio uma prova prática: lives em casa ao lado do pai. "Vi coisas na voz dele que me surpreenderam: a articulação, a confiança, o brilho na voz, e isso me inspirou . Foi quando comecei a cantar melhor."

Ele diz que o pai "não é entrão, de ficar palpitando e dizendo o que a gente deve fazer". A relação é "de admiração um pelo outro, sem ele dar uma de professor".

"Ele vai no show e fala: acho que essa música pode estar em tal lugar. Às vezes dá uns toques que são importantes de ouvir. Eu mostro a música, pergunto uma coisa, e ele diz que ali entraria bem uma bateria eletrônica, ou algo assim. Dá uns palpites super saudáveis e ótimos".

Amigos do Pedrinho

O Daparte toca no Palco Supernova logo antes da Jovem Dionísio, do hit "Acorda, Pedrinho". "Os caras são amigos nossos, a gente é da mesma época, começamos juntos. Ficamos muito felizes que isso aconteceu, o Brasil está precisando mais do sucesso de bandas".

A conexão entre os grupos foi detectada até por algoritmos - para a alegria do Daparte. "Nós somos a primeira banda na lista de artistas semelhantes recomendados pelo Spotify no perfil deles. Para nós foi muito bom, porque depois de Acorda Pedrinho nossa audiência também disparou", diz Juliano.

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Tópicos: rock, m?sica, juliano