Como a San Diego Comic-Con consegue superar as expectativas

19/07/2019 14h59


Fonte Revista Galileu

Imagem: Gage Skidmore/Wikimedia CommonsCorredores do Exhibit Hall, da San Diego Comic-Con, ficam sempre lotados.(Imagem:Gage Skidmore/Wikimedia Commons)Corredores do Exhibit Hall, da San Diego Comic-Con, ficam sempre lotados.

Confesso que o mais perto de uma Comic-Con que havia chegado na vida foi assistindo à The Big Bang Theory. Então na quinta-feira (18), quando entrei no Hall H para o primeiro painel do primeiro dia da San Diego Comic-Con 2019, fiquei mais perdida que o Sheldon quando alguém senta no cantinho dele do sofá. “Ninguém consegue entrar no Hall H”, me disse um Batman muito sério. Ele me olhou como se eu fosse louca quando perguntei se ele pretendia ir ao painel sobre Batman do Futuro no Hall H.

É que, uma das muitas coisas que viria aprender ao longo do dia, o Hall H e o Ballroom 20 são as salas mais desejadas da convenção. Não à toa, algumas pessoas acampam desde a noite anterior (e que fique claro: as regras da organização não permitem acampamento por mais de uma noite) para guardar lugar na fila.

Lá dentro, entendi o porquê do buzz: 6.500 super-heróis, vilões, monstros e até pessoas normais aguardavam ansiosamente pelo painel de O Exterminador do Futuro 6, previsto para estreia no dia 1º de novembro nos Estados Unidos. Com a presença do elenco inteiro – Arnold Schwarzenegger, Linda Hamilton, Mackenzie Davis, Natalia Reyes, Gabriel Luna e Diego Boneta – e do diretor Tim Miller – o mesmo de Deadpool –, a grande expectativa era que algumas imagens do novo filme fossem reveladas. O que de fato aconteceu, com a exibição do trailer.

Mas, no Hall H, a regra parece ser superar as expectativas. Antes mesmo de o painel começar, o criador da franquia e produtor do sexto filme, James Cameron, apareceu no telão ao vivo (via videoconferência) diretamente do set de Avatar 2, que tem estreia prevista para 2021. Ele explicou que o novo filme mostra uma história de Sarah Connor, que precisa resolver as consequências das decisões que tomou em O Exterminador do Futuro 2 — O Julgamento Final (1991).

Algumas cenas (e que cenas!) foram reveladas, com direito a replay e tudo, e quando achávamos que as surpresas pararam por ali, o comediante Conan O’Brien subiu ao palco para apresentar Tom Cruise. Nada disso estava planejado, mas Tom Cruise não aguentava mais esperar para lançar o trailer de Top Gun - Maverick, que tem estreia prevista para 26 de junho de 2020.

Mais surpreendente que tudo isso, especialmente para quem está acostumado a frequentar shows ou festivais de música, é que ninguém na plateia tentou filmar todo esse conteúdo exclusivo. Talvez por medo de serem expulsos da sala, visto que a atitude é estritamente proibida. Ou talvez por estarem absortos na experiência de ver tudo isso em primeira mão. Afinal, é para poucos: a estimativa é de que somente uma a cada 20 pessoas na Comic-Con conseguem entrar no Hall H.

Durante o resto do dia, porém, fui percebendo que, assim como o Batman lá do início, a maioria das pessoas já aceitou e consegue lidar com a condição de FOMO (fear of missing out, ou “medo de ficar de fora”, na tradução livre) que esse tipo de evento parece provocar. Há muito para ver, ouvir, comprar, testar e experimentar.

São quase 200 artistas expondo seus trabalhos, 776 estandes de exibições, 109 mesas de pequenos publicadores de quadrinhos, pelo menos uma dezena de filmes e mais de uma centena de painéis. Sem falar nas sessões de autógrafos, ativações e os milhares de cosplayers andando para lá e pra cá. O segredo é mesmo aceitar que será impossível ver tudo.

Enquanto eu ia embora do centro de convenções, porém, não pude deixar de pensar no que gostaria de ter visto e ainda quero ver. Ainda bem que tem mais três dias pela frente — a San Diego Comic-Con vai até domingo, 21 de julho.

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Tópicos: estreia, filme, comic