Aos 87 anos, Alaíde Costa vive nova aurora da vida de artista no show "O que meus calos dizem sobre

07/03/2023 16h07


Fonte G1

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarAos 87 anos, Alaíde Costa vive nova aurora da vida de artista(Imagem:Divulgação)Aos 87 anos, Alaíde Costa vive nova aurora da vida de artista

Quando Alaíde Costa terminou de cantar Absinto (Fátima Guedes, 1983) com a citação de Eu te odeio (Fátima Guedes, 1983) na introdução, tal como fizera ao gravar o álbum Falando de amor em Paris em 1987, houve comoção generalizada entre o público paulistano que ocupava as cadeiras da Sala Itaú Cultural na noite de sexta-feira, 3 de março. Aplausos entusiásticos e gritos de “brava” ecoaram pela sala, fazendo justiça ao número de alta carga emocional, ápice daquela apresentação do show O que meus calos dizem sobre mim (2022).

Aos 87 anos, Alaíde Costa vive um dos grandes momentos da carreira iniciada na década de 1950. Com agenda cheia e constantes requisições para depoimentos em filmes documentais, a cantora carioca já transcende rótulos e gerações em movimento que faz justiça a uma artista que pautou a trajetória profissional pela integridade artística.

No show O que meus calos dizem sobre mim (2022), estreado no ano passado na cidade de São Paulo (SP), Alaíde dá voz ao repertório quase inteiramente inédito composto para a cantora gravar no disco homônimo do show. Arquitetado por Marcus Preto e Emicida, tendo sido efetivamente formatado no estúdio por Preto com produção musical de Pupillo, o álbum O que meus calos dizem sobre mim tem sido aclamado desde que foi lançado em 19 de maio de 2022.

No roteiro do show, aberto com Voz de mulher (Sueli Costa e Abel Silva, 1988), Alaíde canta as oito músicas do disco, sendo sete com arranjo do naipe de metais que encorpa a banda-base integrada por Conrado Goys (guitarra e violão), Fábio Sá (baixo) e Vítor Cabral (bateria).

A exceção foi A meus pés (João Bosco e Francisco Bosco, 2016), apresentada no fim do roteiro em número conduzido pelo violão de Goys, tal como acontecera no canto de Omi imalé, tema tradicional em iorubá que reverberou com beleza na voz preciosa de Alaíde, intérprete precisa de Turmalina negra, música de Céu e Diogo Poças que abre o álbum O que meus calos dizem sobre mim.

Requintada atmosfera de samba-canção ambientou o canto de músicas como Nenhuma ilusão (Fátima Guedes, 2022) e Praga (Erasmo Carlos e Tim Bernardes, 2022). Mesmo que tenha lido as letras das músicas mais novas, a cantora jamais perdeu o tom e o sentido das interpretações em show que abriu espaço para o dueto terno da artista com o filho Marcelo Lima em Quem sou eu (Johnny Alf, 1976), música lançada por Alaíde no álbum Coração (1976).

O requinte com que Alaíde recaiu no samba Me deixa em paz (Monsueto Menezes e Airton Amorim, 1951), tornado dela a partir da emblemática gravação feita em dueto com Milton Nascimento no álbum Clube da esquina (1972), confirmou que a cantora vive espécie de nova aurora da vida profissional, ora administrada pelo produtor e empresário Thiago Marques Luiz.

“Sempre é momento / De analisar o tempo”, ressaltou a artista ao dar voz aos versos iniciais de Aurorear (Joyce Moreno e Emicida, 2022). O sucesso atual de Alaíde Costa é a melhor resposta que o tempo poderia dar a essa cantora que lutou quando era fácil ceder, voando hoje, do alto dos 87 anos, em um limite improvável.

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