Mauro Sousa revela conselho que recebeu do pai para interpretá-lo em "Mauricio de Sousa - O Filme"

23/10/2025 09h08


Fonte Revista Crescer

O maior contador de histórias em quadrinhos do Brasil agora tem a própria história contada nas telonas. "Mauricio de Sousa - O Filme" estreia nos cinemas nesta quinta-feira (23). O longa revela como tudo começou — desde a infância do artista, um menino curioso e apaixonado por gibis, que cresceu em Mogi das Cruzes. Após se mudar para São Paulo quando adulto, já no início da carreira, o público vai acompanhar como surgiram os primeiros personagens e de que forma eles se entrelaçam com a sua vida pessoal.

A primeira criação de Mauricio, o adorável Bidu, nasceu da saudade de seu cão de infância, Cuíca. Ao lado de Franjinha, ele deu vida à primeira tirinha publicada pelo cartunista, em 1959, na Folha da Tarde. Desde então, a família se tornou sua maior fonte de inspiração: Mônica e Magali nasceram a partir da sua vivência com as filhas.
Imagem: DivulgaçãoMauro Sousa como Mauricio de Sousa(Imagem:Divulgação)Mauro Sousa como Mauricio de Sousa

Com o tempo, vieram também Cebolinha, Cascão, Chico Bento, Horácio e Astronauta — personagens que atravessaram gerações. No filme, essas criações ganham novas camadas de significado, ao revelar o coração e as memórias por trás de cada traço.

Mauro Sousa, filho de Mauricio, interpreta o próprio pai no longa, trazendo o sorriso e o brilho no olhar que encanta o público. Em entrevista à CRESCER, o ator contou sobre os bastidores e como a preparação para o filme o aproximou ainda mais de Mauricio. Confira!

Crescer: Qual foi a melhor parte de interpretar o próprio pai? E o maior desafio?

Mauro Sousa:
Para mim, o desafio foi conseguir me acalmar, me tranquilizar, porque eu estava muito nervoso — era minha primeira vez num set, sendo dirigido pelo Pedro, contracenando com aqueles atores que eu sou fã. Então, era muita informação para a minha cabeça. E estava muito emocionado, claro, pois estava contando a história do meu pai, uma baita de uma responsabilidade. A história é muito bonita, então eu me emocionava naturalmente. Precisei realmente de muita concentração. Isso foi bastante desafiador para mim.

Ao mesmo tempo, foi muito prazeroso poder interpretar meu pai. Eu conheço muito bem esse personagem. Então, realmente, não acho que tinha como ser outra pessoa para fazer esse papel, porque eu sabia os mínimos detalhes — trejeitos, sentimentos, comportamentos... Eu tinha ele dentro de mim. Eu sou uma extensão do meu pai. Foi extremamente prazeroso, gostoso entrar em contato com o meu pai, aprofundar mais no meu pai, na nossa relação, no que ele foi. Isso foi muito legal. Faz três anos que a gente gravou o filme. Guardo isso até hoje e levarei para sempre.
Imagem: Divulgação/Iury SenckA Turma da Mônica foi inspirada na família de Mauricio.(Imagem:Divulgação/Iury Senck)A Turma da Mônica foi inspirada na família de Mauricio.

C: Mauricio deu algum conselho que te marcou?

M.S.:
Ah, vários! Muitos conselhos. Acho que uma coisa que ele falou para mim quase em todas as ligações era que ele queria realmente contar uma história leve, que fosse para toda a família, para todas as idades. Ele sabia que muitas crianças iriam assistir ao filme e que elas iriam se identificar com os personagens que gostam. Ele falou: Mauro, eu quero que essa história seja legal, seja divertida para essas crianças que vão assistir. Ele queria que esse personagem fosse carismático, que tivesse muito sorriso, algo que o Pedro também puxou muito de mim, a questão dos olhos, do olhar, que são marcas muito registradas do meu pai. Ele queria mostrar como era relação a dele com os filhos, com a esposa, com os colegas de trabalho, com os amigos... Eu fui bastante respeitoso com relação à maneira como ele queria contar a história.

C: Em vários momentos, você aparece desenhando no filme. Era você mesmo?

M.S.:
Pois é, gente, preciso dizer que esse talento eu não puxei. Não desenho nada, sou um zero à esquerda. Ele deixou esse talento para Marina, a minha irmã, ela realmente desenha, desenha muito, é extremamente talentosa. Portanto, eu tive, sim, um dublê de mão para fazer os desenhos. Mas eu fui muito cuidadoso, eu queria ver se a unha dele estava parecida com a minha — e estava. Mas, ali, não era eu, era o Eduardo Sachet, que desenha muito. Porém, a assinatura do Mauricio eu sei fazer, essa eu não preciso do dublê não.
Imagem: Divulgação/Iury SenckMauro e os desenhos da Turma da Mônica.(Imagem: Divulgação/Iury Senck)Mauro e os desenhos da Turma da Mônica.

C: A Turma da Mônica faz sucesso entre as crianças de várias gerações e tem um personagem inspirado em você, o Nimbus. Como você se sente sabendo que você faz parte da história de tantas crianças do Brasil?

M.S.:
O Nimbus, o personagem inspirado em mim, surgiu em 94, quando eu tinha 7 anos. E eu lembro até hoje quando o Mauricio entregou o gibi na minha mão, e o Nimbus e o Do Contra estavam na capa e tinha uma foto minha justamente na primeira página. Eu fiquei de boca aberta: Nossa, eu estou aqui, eu faço parte dessa turma, e era uma turma que eu já gostava, eu gostava de Turma da Mônica, eu gostava de ler aqueles gibis e agora eu estava ali, representado através de um personagem.

Eu lembro que, na época, eu virei uma criança meio metida, eu chegava na escola, falava assim: Gente, olha só, eu sou filho do Mauricio de Sousa, eu tenho um personagem, faço parte da Turma da Mônica. Era um grande orgulho, que eu tenho até hoje, de fazer parte disso, de ser filho do Mauricio, de fazer parte desse universo que eu realmente admiro, com valores que eu admiro e que eu acredito. Fazer parte de tudo isso me faz sentir uma pessoa extremamente privilegiada e sortuda. Que sorte que eu tenho de ser filho desse cara! Ser um personagem da Turma da Mônica realmente não tem preço.

C: Tem alguma história da Turma da Mônica que é a sua favorita?

M.S.:
Eu tenho! É Mônica e Cebolinha no Mundo de Romeu e Julieta, que já teve filme, já teve livro, já teve peça de teatro, que inclusive eu dirigi. Eu sei as falas de cor, eu sei as músicas de cor. Foi a primeira peça encenada pelo meu pai. Ele dirigiu a primeira versão no teatro, com as músicas do meu tio e as letras da minha tia. E aí, 40 ou 50 anos depois, estava eu lá, dirigindo. Foi uma segunda versão com a segunda geração da família Sousa, fazendo essa mesma peça. Eu acho a peça genial, a concepção, toda a adaptação feita de Romeu e Julieta no universo da Turma da Mônica. Eu acho uma verdadeira obra-prima. E virou, claro, a minha favorita, se tivesse que montar esse espetáculo de novo, eu montaria, porque eu sei tudo de cor na minha cabeça.


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Tópicos: maur?cio, filme, personagem