Juliette diz que relação já estava segura ao revelar namoro ao público
17/04/2025 11h03Fonte Glamour
"No palco montado pelo público, você nunca saiu do primeiro lugar", declarou Tiago Leifert na noite do dia 4 de maio de 2021, em um dos discursos mais emocionantes de uma final do Big Brother Brasil. Em um BBB pandêmico, Juliette Freire fez história ao vencer o programa com 90,5% dos votos, 24 milhões de seguidores e uma legião de fãs, entre anônimos e famosos. Na época com 31 anos, a então advogada e maquiadora de Campina Grande, na Paraíba, viu a vida virar de cabeça para baixo. No mesmo ano, Ju também foi eleita a Mulher do Ano no Prêmio Geração Glamour. "Olho para esses momentos e, bem, eu parecia uma criança. Assustada, no bom sentido, e impactada com aquilo tudo", conta.De 2021 para 2025, a base de fãs só cresceu: atualmente, são quase 30 milhões – e contando, mas não que ela conte – de cactos [nome dos integrantes de seu fandom], que, para a cantora, são como amigos. "O relacionamento que tenho com os fãs jamais passou pela minha cabeça, mas são eles que me encorajam." Coragem essa necessária para seguir os passos que sonhou quando criança. Para ela, a carreira musical sempre foi "como ser astronauta", um sonho distante, já que desde a infância tinha responsabilidades de adulta. "Eu queria ter sido criança em sua plenitude, mas minha família tinha outra estrutura", reflete. Juliette é um dos pilares de sustentação de sua família, e ela tem esse papel bem antes da fama. "Desde pequena, entendi que minha mãe precisava de apoio e que eu poderia fazer isso. E foi o mesmo com meus irmãos, com meu pai, com meus sobrinhos, com todo mundo... Eu estudava e trabalhava para tentar auxiliar em casa, tanto na educação quanto financeiramente."
A responsabilidade precoce transformou a ex-BBB em uma pessoa mais burocrática, e a carreira no direito veio como um caminho natural dada a personalidade que construía. Mesmo assim, a paraibana nunca deixou de explorar todas as suas facetas. "As pessoas da faculdade e dos órgãos públicos em que trabalhei não me enxergavam em outros lugares. Quando entrei no BBB, fiquei sabendo que ficaram chocados. Até os colegas da versão maquiadora não sabiam desse meu lado." E foi no programa que a veia artística passou a pulsar mais forte. O que era uma utopia infantil, virou sonho possível, graças ao público e ao apoio de nomes de peso: "Anitta é uma dessas pessoas que está aqui por mim desde o dia um, [Gilberto] Gil também me acolheu em sua família, Caetano [Veloso], Elba Ramalho, Chico César... As pessoas que eu mais admirava foram aquelas que mais me acolheram. Eu duvidava muito de mim, mas pensava meu irmão, se eu não cantasse bem ou se não fosse uma boa pessoa, eles não me colocariam em cima do palco", ri.
Imagem: Gabriela Schmidt
Juliette é capa da Glamour de abril.

Agora, aos 35 anos, Juliette lança seu segundo álbum de estúdio, Risca Faca, que compila seus últimos dois EPs, Esquenta e Farra, e fecha, com chave de ouro, sua noite dos sonhos. "Criei músicas que acompanham todas as fases do rolê perfeito. De se maquiar no banheiro com as amigas até o fim da noite no podrão, relembrando momentos que eu sempre vivi antes da fama e vivo até hoje", entrega. Brega-funk, forró e MPB são alguns dos ritmos que embalam o álbum, resgatando raízes mais brasileiras do que nunca. "Veremos também o Nordeste rua. Existem milhares de Nordestes e quis mostrar este lugar da farra mesmo, da Juliette que ia para a beira do palco nos shows para pedir um alô do cantor."
Os próximos passos são dignos de uma cantora pop: botar as músicas na rua, começar a campanha de divulgação e seguir assim até o São João, outro momento importantíssimo em seu ano, onde ela organiza festas e shows pelo Brasil, levando a festa típica do Nordeste para diversas cidades do País. Desta vez, Ju promete uma nova versão mais leve, feliz, e sensual: "Essa burocracia às vezes me apaga um pouco. Quero resgatar a Juliette mais mulher e divertida. Confesso que sou um pêndulo, eu vou lá e vou cá, mas amo e penso muito nessa versão de quem sou. Estou feliz em vê-la no mundo".
A seguir, um gostinho da nova fase de Juliette, que, apesar de diferente, nunca deixou de existir, sempre no lugar mais iluminado do palco.
Imagem: Gabriela Schmidt | Glamour Brasil
Juliette é capa da Glamour de abril.

Você estrelou sua primeira capa da Glamour em 2021, quando se tornou Mulher do Ano no Geração Glamour. O que mudou nesses quatro anos?
Nossa, muita coisa. Eu olho para esses momentos e, bem, eu parecia uma criança. Assustada, no bom sentido, impactada com aquilo tudo. Era algo que eu só via na televisão, nas bancas e, do nada, você está ali dentro. Hoje estou mais confortável. Me vejo como uma mulher madura, como se eu tivesse crescido mesmo, me adaptado. Pessoalmente, precisei continuar sendo corajosa. Não vou dizer que precisei de mais coragem, porque só de ser mulher, já nascemos assim. Mas precisei me desafiar para ficar exposta e todos verem.
Você saiu do BBB com 24 milhões de seguidores, hoje são quase 30 milhões. Imaginava que essa legião de fãs aumentaria e te seguiria por tanto tempo?
Não, eu não fazia parte desse universo. Nem sabia que os fã-clubes eram tão organizados e que existia esse tipo de relacionamento. Achava que só existia com, sei lá, Sandy & Júnior, Rebelde, coisas assim. Não imaginava que eu poderia ter um grupo de fãs. O relacionamento com eles também jamais passou pela minha cabeça, mas são eles que me encorajam ainda mais.
Os cactos são fiéis, sempre comentando, divulgando seu trabalho... Como você estabeleceu essa relação?
A minha maior surpresa com esse universo foi a possibilidade de criar vínculos tão fortes a ponto dessa comunidade perdurar. Estabeleci uma relação verdadeira e autêntica desde o começo e isso é a prova de que se você mantém uma relação franca, a comunidade mantém a força. Os vejo como amigos. É incrível.
Você entrou no BBB como advogada, com uma carreira extensa, além de maquiadora. Hoje você se vê na profissão de cantora. Sempre esteve nos seus planos?
Nunca. Eu sonhava com isso quando era criança, mas era igual "quero ser astronauta", completamente utópico. Depois de adulta, meus sonhos eram outros, mas eu segui amando música e cantando para mim. Quando entrei no BBB, finalmente entendi que era o que queria e comecei a ponderar sobre seguir carreira. Por que não, né? Por medo, por vergonha, não eram justificativas para mim, e hoje virou uma profissão.
Em um mundo onde muito da inspiração vem de fora, qual a importância de olhar para o Brasil e, mais do que isso, mostrar essa brasilidade e seu Nordeste?
As minhas maiores referências e inspirações são brasileiras. Acredito que temos que fortalecer o que é nosso. Neste álbum veremos também o Nordeste rua. Existem milhares de Nordestes, do cultural às ruas, e eu quis mostrar este lugar da farra mesmo, da Juliette que ia para a beira do palco nos shows para pedir um alô do cantor. Óbvio que, em um mundo globalizado, bebemos de diversas culturas, nada é tão separado, mas nós só sabemos para onde vamos se soubermos de onde viemos.
Imagem: Gabriela Schmidt | Glamour Brasil
Juliette é capa da Glamour de abril.

Você fala muito em mostrar a Juliette antes da fama. Sente falta de algo do passado que, talvez, pela fama, faça menos ou não faça?
Comparado com quando saí do BBB, hoje já faço muitas coisas, mas o peso da responsabilidade é grande. Antes eu tinha também, claro, mas era algo restrito a mim e à minha família. Hoje é maior, tanto profissionalmente quanto socialmente. Viver sem esse peso é uma dádiva em certos momentos. Mas já recuperei muito da minha liberdade.
Que Juliette vamos ver a partir de agora?
Uma Juliette mais leve, feliz, sensual e divertida. A burocracia me apaga um pouco. Confesso que sou um pêndulo, eu vou lá e vou cá, mas amo e penso muito na minha versão. Estou feliz em vê-la no mundo.
Você sempre foi muito discreta, mas decidiu abrir o jogo sobre o seu relacionamento com Kaique [Cerveny, atleta] no início do ano passado. Quando sentiu que estava pronta?
Oito meses após iniciarmos a relação (risos). A gente testa, né? Quando entendi que estava muito apaixonada, fiquei com medo, mas me rendi e hoje vivemos esse amor. Na hora de contar sobre o relacionamento para o público, já não tinha mais medo, porque não era uma relação vulnerável, era fortalecida e segura. E a reza da minha mãe é forte, então o mau-olhado vai embora.
Você congelou óvulos recentemente. Como é sua relação com o maternar?
Nunca tive certeza absoluta se quero ser mãe, tem horas que quero, horas que não, mas sempre quis ter a segurança de poder escolher, de garantir essa possibilidade. O congelamento de óvulos sempre foi uma pauta entre minhas amigas e eu, então, quando pude bancar esse procedimento, o fiz.
Diretora de conteúdo: Renata Garcia; Fotos: Gabriela Schmidt; Entrevista: Julia Ribeiro de Lima; Direção criativa: Marcelo Jarosz; Styling: Leandro Porto, Beleza: João Miranda; Nail artist: Aline Carvalho; Set Design: Yuri Godoy; Produção executiva: Octavio Duarte, Beatriz Dallolio; Produção de moda: Maria Antônia; Assistente de beleza: João Casatti; Assistente de fotografia: Bruno Braupflerr, Marina Scavanez; Assistentes de set design: Gabriel Salvador, Gabriel Filgueiras; Tratamento de imagem: Bruno Rezende; Camareira: Camila Barbosa; Catering: Chef Daniela Batista.
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