Guta Stresser fala sobre amizade com Marco Nanini, separação e luta para parar de fumar

03/02/2023 12h18


Fonte O Globo

Imagem: ReproduçãoGuta Stresser e André Paixão(Imagem:Reprodução)Guta Stresser e André Paixão

Durante o lançamento da biografia de Marco Nanini na última quarta-feira (1), no Rio (veja foto abaixo), Guta Stresser diz ter se divertido ao ouvir um questionamento. Alguém quis saber se eles e os outros atores do elenco de "A grande família" determinaram uma data fixa na agenda para se encontrarem depois que o seriado chegou ao fim. Afinal, foram 13 anos de convivência intensa, e todo aquele afeto extrapolou a ficção.

— Achei a pergunta engraçada. Fiquei imaginando até como seria, mas não temos um dia oficial. A gente está sempre se encontrando por aí por conta da amizade. Tivemos uma vida inteira de trabalho juntos. A gente se gosta, tem mútua admiração e carinho. Nos vemos em momentos assim, como o lançamento do livro, aniversários, estreias... — explica a eterna Bebel, que prestigiou Nanini, o Lineu, ao lado de Lúcio Mauro Filho, que fazia o Tuco no programa.

Apesar da intimidade com Nanini, Guta acredita haver muitas histórias dele que ainda não conhece e se diz ansiosa para começar a leitura de “O avesso do bordado”, escrito por Mariana Filgueiras ("Dá vontade de devorar tudo, mas, como um bom prato, quero saborear bem devagarzinho"). Ela inclusive deu entrevista à biógrafa durante a fase de pesquisas.

— Eu contei coisas que imaginei que ela pudesse não saber. Cada um tem seu ponto de vista, sua vivência... As histórias das pessoas são contadas a partir do que elas vivem, mas muito também pela convivência que têm com familiares, amigos e colegas. E aí, quando desliguei o telefone, me lembrei de uma coisa, que nem sei se está no livro. Então, não vou dar spoiler. Mas teve uma vez que fui tomar um passe numa casa de umbanda em Curitiba. A entidade que me atendeu mandou uma mensagem. Não falou que era para o Nanini diretamente. Começou com: "Tem alguém que você conhece que...". E falou de uma história sobre guardar cinzas da mãe em casa, que era algo que ele tinha me contado numa gravação. E eu fiquei ali com aquela função de mandar uma mensagem do além. É uma coisa estranha e, no mínimo, curiosa. Eu não queria ser essa ponte. Mas a mensagem foi dada — diverte-se a atriz.

Atualmente, Guta, de 50 anos, se dedica a dois projetos. Ela está debruçada na criação de uma peça inspirada no livro "O papel de parede amarelo", de Charlotte Perkins Gilman, e trabalha num longa de terror que pretende transformar posteriormente em série. Trata-se da história de uma mulher paranormal. O músico André Paixão faz os roteiros. Ele e Guta eram casados e se separaram recentemente. Seguem amigos e inclusive vivem na mesma casa:

— É uma coisa difícil de explicar. A gente mora junto e é sócio (na produtora Areia). Há algum tempo decidimos ter cada um o seu quarto e a sua vida, de certa forma. Estamos juntos como deu para estar depois de 16 anos de convivência. Temos muito respeito um pelo outro, muita amizade e uma boa parceria artística. Fomos juntos ao lançamento do Nanini. É ótimo quando saímos juntos, temos amigos em comum. A família dele me adotou e o contrário aconteceu também. Não seria nem justo com todas as pessoas que fazem parte das nossas vidas, meu enteado também, por exemplo, que a gente simplesmente entrasse numa coisa de briga e litígio, o que, aliás, nunca foi nosso perfil. A gente sempre foi conversando e entendendo que o momento de cada um estava diferente e que talvez não fizesse mais sentido manter a relação dentro dos mesmos votos de antes. A gente refaz a relação, que vira esta amizade, sociedade e cumplicidade. É uma pessoa com quem posso contar. E ele vai poder contar comigo sempre. Mas cada um tem sua vida.

Segundo a atriz, a pandemia levou a esse rearranjo. Ela destaca também a questão financeira:

— Foi um divisor de águas, imagino que para todo mundo. Não é fácil a convivência numa situação de pânico, medo e confinamento social. A gente não teve um momento de falar assim: "Não quero mais ver sua cara, sai, some da minha frente". O que teve foi um movimento de dizer: "A gente há muito tempo já não está se entendendo do jeito que era". Cada um tem sua vida, suas coisas. Ao mesmo tempo, temos coisas em comum muito legais: nosso trabalho artístico, o espaço que dividimos aqui em casa, a produtora, os cachorros... Acho que a nossa música hoje é: "A gente vive junto, a gente se dá bem, não desejamos mal a quase ninguém". Talvez não seja a melhor situação do mundo se separar e continuar na mesma casa. Não sei se é o ideal. Mas é o que a gente conseguiu para hoje, o que era possível. Na pandemia, sem trabalho, foi tudo muito complicado. Quando as coisas iam bem, a gente estava usufruindo do que era bom. Agora que estão ruins, vamos picar a mula? Não. Vamos entender como podemos ser parceiros mesmo, até que cada um tenha condição de alçar seu voo.

Foi também neste período turbulento que Guta recebeu o diagnóstico de esclerose múltipla. Ela conta que vem tentando manter a disciplina em relação à dieta e aos exercícios físicos, como forma de aliviar os sintomas da doença. Evita excesso de bebidas alcoólicas e de alimentos considerados inflamatórios, sobretudo aqueles à base de glúten. Contudo, nessa caminhada, a atriz esbarra num obstáculo:

— Minha maior dificuldade no momento é parar de fumar. O tabaco é supertóxico, muito ruim para o cérebro. Associamos muito ao câncer, mas ele pode trazer malefícios neurológicos a longo prazo. Para uma pessoa que, como eu, tem uma doença autoimune e inflamatória, então... Logo que saiu o diagnóstico, a neurologista disse que eu tinha que parar. Isso tem dois anos. Não consegui ainda. Mas vou chegar lá. Já com os medicamentos eu estou superorganizada. Pego tudo pelo SUS. E agora estou na parte de olhar para a fisioterapia. Preciso fazer atividade física pelo menos três vezes por semana. Você tem que brigar com o seu corpo para não parar. Já percebi que a única forma de dominar essa fera também é de dentro para fora. De fora para dentro tem o remédio. Mas eu tenho que mandar impulsos para o meu corpo se movimentar. Tanto o exercício físico quanto o cognitivo são muito recomendáveis. Quando faço, me sinto bem melhor.

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