Diogo Nogueira fala de novo trabalho e relacionamentos: "O amor é sagrado"

11/01/2024 09h52


Fonte Revista Quem

Imagem: Reprodução/InstagramPaolla Oliveira e Diogo Nogueira(Imagem:Reprodução/Instagram)Paolla Oliveira e Diogo Nogueira

Diogo Nogueira, de 42 anos de idade, aposta em um resgate de suas lembranças mais preciosas -- da família, das festas e rodas de samba em sua casa, dos amigos e de seu pai, o cantor João Nogueira (1941-2000) -- no álbum Sagrado, seu oitavo disco de inéditas, lançado em dezembro. Durante o processo de escolha do repertório, o cantor chegou a ouvir mais de mil canções, para definir apenas oito para o primeiro volume de Sagrado, que traz faixas abordando temas como espiritualidade.

"Em meus 15 anos de carreira -- estou indo para o 16? ano de profissão --, além da minha história e minha vida familiar, quis buscar minhas origens lá atrás. O amor é sagrado, a família é sagrada, o samba é sagrado. Então, batemos o martelo na hora de definir o título. É um nome forte", afirma Diogo, em conversa por videochamada com Quem.

O cantor faz questão de se manter longe da postura de "dono da razão". Diogo conta que sua rede de relacionamentos -- na vida profissional e pessoal -- tem liberdade para opinar e participar. "É bom ter opiniões externas e visões diferentes da sua. Isso permite que você amplie seu pensamento e amplia a visão para o seu trabalho. Toda minha equipe foi importantíssima para a realização deste álbum. A Paolla foi uma pessoa fundamental. Minha mãe também", diz, citando a mulher, a atriz Paolla Oliveira, e a mãe, Ângela Maria Nogueira.

Quem: Depois de expectativa, Sagrado foi lançado. O que podemos ouvir neste álbum?
Diogo Nogueira: Muita batucada e muita suingue. São músicas que falam de amor, de religião e de tudo aquilo em que eu acredito e é sagrado para mim. Foram dois anos buscando, pesquisando, conversando com compositores e também compondo para chegar a esse resultado. Escutei mais de mil músicas.

Nossa, bastante! Como foi esse processo?
Foi muito mesmo! Escutei muita coisa nova, algumas regravações. Cheguei a pensar em fazer uma ou outra regravação, mas, em certo momento, bati o pé pelas músicas inéditas. Apenas uma das músicas que acabou sendo regravação porque eu não sabia que já tinha sido gravada. Gravei achando que fosse inédita. Foi um regravação sem querer (risos).

O título do álbum é Sagrado, uma palavra bastante significativa. Como chegou a este nome para o trabalho?
É, realmente, muito significativo. Busquei esse nome junto com a Roberta Senna, uma pessoa muito importante no meu trabalho. Estava com muita dificuldade para encontrar o nome para este álbum. Em meus 15 anos de carreira -- estou indo para o 16? ano de profissão --, além da minha história e minha vida familiar, quis buscar minhas origens lá atrás. "Sagrado" sempre esteve nas pesquisas que a gente fez. O amor é sagrado, a família é sagrada, o samba é sagrado. Então, batemos o martelo. É um nome forte.

Você citou a família, o amor. Sua família e a Paolla interferem e participam de seu processo de seleção?
Não existe uma interferência. Existe uma conversa e uma busca de um diálogo para encontrar aquilo que toque nas pessoas. Troco com meus familiares o tempo inteiro para poder ter uma resposta externa da visão daquilo que estou imaginando. Troco com meus familiares, com meus funcionários, com a minha equipe. A gente teve várias reuniões, várias audições e muitos momentos de busca para chegar onde eu queria chegar. Acho que a troca e a conversa são fundamentais para todos os artistas. Pelo menos, eu faço isso. Preciso da opinião externa.

Ao enaltecer a importância de escutar a opinião dos outros, você não se coloca naquela postura de "dono da razão", né?
Exatamente. É bom ter opiniões externas e visões diferentes da sua. Isso permite que você amplie seu pensamento e amplie a visão para o seu trabalho. Toda minha equipe foi importantíssima para a realização deste álbum. A Paolla foi uma pessoa fundamental. Minha mãe também. Só agradeço a todos eles.

Meu samba anda por aí fecha o álbum. A música é do João Nogueira, seu pai, com o Paulo Valdez. Como ela entrou para o repertório?
Esta foi a primeira música a ser escolhida para o álbum. Essa música chegou pelo João Martins, compositor da nova geração. O pai dele enviou para ele e eu estava em uma das reuniões para selecionar o repertório. Assim que ouvi a música, fiquei emocionado. O Rafa e o Chapinha logo falaram que essa música tinha que estar no repertório. É uma música inédita do meu pai. É um áudio inédito. Procurei o filho do Paulo Valdez e ele desconfia que o áudio seja de 1974 ou 1975. É uma música lá de trás e representa o passado se juntando com o presente. A interpretação do meu pai é diferente da minha. É uma canção muito sagrada dentro deste álbum.

Seu ano de 2023 foi de realizações, com direito a turnê internacional. O que planeja para o 2024 que se inicia?
Sou um cara que está sempre fazendo algo novo. Gosto de fazer algo que vai acrescentar -- não apenas para mim, mas aos que me acompanham. Realmente, 2023 foi um ano de muito trabalho. Fiz uma turnê nos Estados Unidos e uma turnê na Europa incrível. O disco saiu da maneira que eu queria -- com a essência do passado e a modernidade do presente. Para 2024, o Sagrado - volume 2 deve sair ainda no primeiro semestre.

Tem ingredientes que considera fundamentais para ser bem-sucedido na música?
Não existe fórmula para definir o que vai fazer sucesso. Desejo que todas possam chegar ao ouvido e aos corações das pessoas.

Nos últimos anos, você viu Pé na Areia se tornar um clássico nos encontros da galera, nos churrascos. Festa no gueto também resgata esse clima?
A faixa é popular, imagino a comunidade escutando o samba. Pode até faltar dinheiro, mas ao colocar 1 real aqui, 2 reais ali, dá para rolar uma feijoada, um samba. Amo essa música porque ela é do povo.

E imagino que seja uma alegria saber que está nos eventos da galera?
Eu fiz esse disco pensando nisso. É alto-astral. As letras são pra cima. Para dançar, cantar e ser feliz.

O álbum Sagrado, como um todo, traz temas de festa e espiritualidade. A faixa Ciência da paz aborda a intolerância. Como avalia a intolerância religiosa que existe ainda hoje?
Precisamos ter respeito pela escolha de cada um. Não só da religião, mas de tudo. Ninguém é dono da verdade. O único dono da verdade é Deus. Você vai encontrá-lo da forma que você quiser, independentemente de religião. Seu Deus está dentro de você, sua igreja está dentro de você, seu terreiro está dentro de você.

A religiosidade sempre fez parte da sua vida?
Sempre! Graças a Deus, graças aos orixás, graças ao samba. Tudo o que amamos, precisamos emanar para as pessoas. Se você gosta, você leva para as pessoas. Nos meus shows sempre levei o tema e continuarei levando até o dia em que eu tiver que fazer minha passagem. 

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Tópicos: trabalho, diogo, samba