Carolina Dieckmann: "A primeira vez que me senti bonita foi quando estava careca"

26/05/2025 10h12

Fonte Revista Quem

Ser referência de beleza para o público há tanto tempo não chega a ser nocivo para Carolina Dieckmann, de 46 anos, que garante lidar bem com a expectativa alheia. Mas foi necessário uma virada de chave no visual para a atriz de Vale Tudo validar a própria aparência. Mais especificamente, um papel transformador em sua carreira.

"Muitas vezes, querem ditar o que você vai fazer, o que você vai usar, como vai ficar seu cabelo. Isso é uma coisa que eventualmente acontece, mas não acho que seja algo ruim necessariamente. Acho que, quando a gente aparece na televisão ou quando a gente vira referência por algum motivo, as pessoas têm uma expectativa e, às vezes, também se frustram", inicia à Quem.

O despertar da beleza

Se entender uma mulher bonita, segundo Carol, só aconteceu de fato quando passou a se ver interessante em meio à maior mudança que viveu até então. Foi no desapego dos cabelos da personagem Camila, em Laços de Família, da TV Globo, em 2000, para encenar um tratamento de câncer da trama.

"A primeira vez que me senti bonita foi quando estava careca. É doido isso, porque, talvez, foi o momento em que as pessoas menos esperavam que eu fosse me sentir bonita. As pessoas olhavam para mim e choravam, ficavam emocionadas e descobri isso de alguma forma. Sempre achei que ser a loirinha, de olho claro era uma beleza boba. Quando raspei a cabeça, achei meu rosto forte", relata.

Marcada pelos estereótipos sociais do que é belo, a mãe de Davi, 26, da antiga relação com Marcos Frota, e José, 17, do casamento com Tiago Worcman, admite ter questionado a própria capacidade de ser alguém além do óbvio. Conceito mudado com a cena histórica, que eternizou seu corte de cabelo nas telinhas na pele da personagem com leucemia.

"Comecei a me olhar de outro jeito, comecei a entender melhor as minhas proporções e parei de achar minha beleza uma coisa boba. Acho que eu mesma tinha um preconceito com ser loirinha, nariz arrebitado, olho verde, esses estereótipos todos. Desde que raspei o cabelo, a partir dali, que eu tinha 20 anos, comecei a me achar interessante, comecei a gostar de mim", afirma.

Emagrecimento por trabalho

Após 25 anos da transformação radical nas madeixas, outra mudança que chamou a atenção do público foi o emagrecimento dos últimos meses. Ela precisou perder peso para viver uma escritora com alcoolismo no filme (Des)Controle, que ainda será lançado. Processo que gerou questionamentos sobre o estado de saúde da veterana das telas - único tipo de comentário que mexe com a artista.

"Acho que lido muito bem [comentários]. Tive que fazer um regime, emagreci bastante para o filme e fui muito cobrada por isso. De verdade, não fico nem um pouco chateada. Só fico chateada quando a pessoa vai no Instagram chamar de cracuda [usuária de entorpecentes], falar que estou doente. Penso: Poxa, por que que essa pessoa está me chamando de doente?. É um jeito de falar que não me agrada", conta.

Carolina ainda critica a prática de comentar deliberadamente sobre o físico de outras pessoas. Ela reforça a prioridade do próprio sentimento independentemente do que estiverem compartilhando nas redes sociais.

"Acho que não é legal a gente falar de ninguém, nem quem está doente, nem quem não está. Mas quando alguém vem dar opinião: Acho que você está isso, acho que você está aquilo... Acho que estou ótima. Quem tem que achar como estou e sentir, sou eu. Então, não fico chateada".

Para ler mais notícias do FlorianoNews, clique em florianonews.com/noticias. Siga também o FlorianoNews no Twitter e no Facebook