Novo dono de banco de Silvio é personalidade do mundo financeiro

01/02/2011 12h22


Fonte Folha Online

O novo dono do PanAmericano, o banqueiro André Esteves, 41, é figurinha carimbada no mercado financeiro e conhecido por suas estratégias agressivas. Foi com ele que Silvio Santos, ex-dono do PanAmericano, formalizou ontem a venda de sua participação no banco por R$ 450 milhões, na sede do Pactual, na Faria Lima (zona oeste de São Paulo).

Esteves assumiu notoriedade nos meios econômicos por ser um dos primeiros empregados a se tornar dono do banco onde trabalhava. O bilionário entrou no Pactual em 1989 como especialista em informática -- estudou computação na UFRJ. Virou executivo e tornou-se sócio em 1993.

Em 2006, vendeu o Pactual para os suíços do UBS, instituição conservadora e maior gestora de fortunas do mundo, por US$ 2,6 bilhões. Chegou a se tornar um dos três mais importantes executivos do grupo.

Durante a crise, teria articulado a derrubada do conselho e a compra do banco suíço. Acabou voltando ao Brasil em 2009 e recomprou o Pactual dos suíços. O banco, já com o patrimônio dobrado, foi comprado por um valor menor que o vendido.

Em 2010, o Pactual admitiu como sócios os fundos soberanos de China, da Cingapura e de Abu Dhabi, que injetaram US$ 1,8 bilhão.

FOCO POPULAR?

O Pactual é o maior banco de investimento brasileiro, especializado em reestruturar empresas, promover fusões e captar recursos com a venda de ações e a emissão de dívida. Desde 2004, a instituição comanda a última leva de aberturas de capital de empresas na Bolsa.

Com a aquisição do PanAmericano ainda não é possível vislumbrar a estratégia de Esteves. O que é possível ver apenas é que o maior banco de investimentos do país, sem tradição de varejo, acaba de adquirir uma instituição com forte penetração nas classes C e D (que vêm aumentando fortemente seu poder de compra) e cujo a imagem é ligada a uma das personalidades mais populares do país, o Silvio Santos.

NEGÓCIO

Silvio Santos tinha 37,64% do capital total e vendeu sua parte ao Pactual, enquanto a Caixa Econômica Federal -- que em dezembro, comprou 36,56% por R$ 739,27 milhões -- continua na sociedade. O resto das ações está na Bolsa.

Em entrevista após a venda, Silvio disse que não se sentia frustrado: "Não é frustrante, é surpreendente. Os meus negócios são uma forma de diversão e emoção". André Esteves, 41, principal sócio do BTG Pactual, disse em nota à imprensa que "o PanAmericano será uma plataforma independente de distribuição de produtos e crédito para o varejo".

Havia rumores de que o BTG sanearia o PanAmericano para vendê-lo depois. Silvio sai do negócio sem receber nada dos R$ 450 milhões. O valor irá para o Fundo Garantidor de Créditos, entidade privada dos bancos que recebe recursos dos depositantes e que emprestou R$ 4 bilhões ao Pan.

Silvio aceitou o negócio por duas razões, segundo executivos que acompanharam a negociação: 1) aos 80 anos, livrou-se de dívida de R$ 4 bilhões; 2) o BC já não aceitava que continuasse à frente da instituição após a descoberta de que o rombo é de R$ 4 bilhões, e não de R$ 2,5 bilhões.

Imagem: DivulgaçãoEntenda o Rolo do Panamericano(Imagem:Divulgação)Entenda o Rolo do Panamericano


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