Teresina terá caos na saúde se não houver isolamento, alerta Firmino Filho

23/03/2020 09h19


Fonte Cidade Verde

Imagem: AscomClique para ampliarEntrevista em Teresina(Imagem:Ascom)Entrevista em Teresina

Em entrevista nesta segunda-feira (23), o prefeito de Teresina, Firmino Filho, alertou para um caos no sistema de saúde caso a população não atenda ao recolhimento domiciliar e os pontos comerciais não obedeçam o decreto de suspensão das atividades para evitar aglomerações em decorrência do vírus Covid-19, o novo coronavírus.

O prefeito aponta o número crescente de casos confirmados e de óbitos em decorrência do Covid-19 na Itália, que já vive um colapso nos serviços de saúde. Na Itália, mais de 700 pessoas vão a óbito diariamente por complicações da doença.

“Só tem uma saída, é fazer o distanciamento social. Fazer com que nós viemos a diminuir a circulação de pessoas e portanto diminuir a propagação. O vírus, eventualmente, vai se propagar. O que não podemos é deixar que ele se propague rapidamente. Porque se isso acontecer, se a curva for concentrada, como está sendo na Itália, nós podemos ter um caos completo no sistema de saúde, um caos completo no nosso país”, afirmou.

Firmino lembrou que a pandemia se espalhou do outro lado do planeta, se espalhando rapidamente pelo mundo e chegando a Teresina com casos já confirmados. Até o momento não existe nenhum remédio comprovado e a vacina só tem previsão de ser descoberta daqui a cinco anos.

Supermercados, mercearias e farmácias não são alvo do decreto e deverão continuar funcionando. Os serviços de abastecimento de água, esgoto, limpeza e saúde também permanecem.

O prefeito lembrou que a o decreto vale por quinze dias e pode ser estendido. “A ideia é que em 15 dias a gente possa rever esse decreto e, eventualmente, caso precise de um ajustamento, ele pode ser modificado antes”, disse.

Cumprimento do decreto
Desde o primeiro decreto, suspendendo as atividades na última sexta-feira (20) uma parcela da população e de pontos comerciais não atenderam a recomendação de isolamento. Na entrevista, Firmino falou que as forças policiais serão usadas para garantir o cumprimento da lei.

“Aquele estabelecimento que não cumprir, nós iremos ter as penalidades administrativas e teremos também as forças de segurança. Temos a Guarda Municipal, pela prefeitura, e o próprio governador coloca à disposição as forças policiais, a Polícia Militar, para que nós possamos fazer valer esse tipo de regra”, disse Firmino pedindo compreensão da população.

Fechamento de divisas
No caso da circulação de ônibus interestaduais em Teresina, Firmino explicou que as ações de prevenção são de competência do governo do Estado e estão previstas no decreto de calamidade públicado pelo governador Wellington Dias.

Reunião com ministério e Bolsonaro
No final de semana, houve uma reunião virtual do Ministro da Saúde com os prefeitos das capitais e principais cidade do país. Firmino Filho apontou que falta coordenação nacional para dar respostas à epidemia no Brasil.

“É necessário termos um fórum interfederativo para coordenarmos essas ações. O que nós estamos vendo nessa crise é que as ações elas não estão sendo devidamente coordenadas”.

Equipamentos de proteção individual
Na reunião, os prefeitos também pediram apoio da União para a aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs) como máscaras. Firmino pediu que a população evite comprar máscaras e outros produtos sem prescrição. “Aquilo que a gente usar, vai faltar para os profissionais da saúde”, alertou o prefeito.

Vacinação de idosos
A campanha de vacinação começa esta semana. Firmino destacou que é fundamental a vacinação de idosos neste período pela vulnerabilidade da população com mais de 60 anos a outros vírus como HN1, influenza e outras gripes sazonais. Firmino também pediu que a população evite aglomeração nos pontos de vacinação, atentando para um distanciamento entre as pessoas nas filas de espera.

Custos financeiros
Firmino falou ainda que a crise sanitária em decorrência do Covid-19 ainda terá fortes reflexos econômicos, com previsão de queda negativa no PIB e aumento no número de desempregados, como já preveem economistas nos Estados Unidos. “Vamos sair mais pobres, porque essa crise tem um custo financeiro, mas vamos sair vivos”, disse.

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