Em audiência, Educação decreta greve contra reforma da Previdência

15/03/2017 13h50


Fonte Cidadeverde.com

Representantes de movimentos populares e de entidades sindicais, acompanhando um movimento nacional contra a reforma da Previdência do governo federal, que tramita no Congresso, fizeram nesta quarta-feira (15), uma agitada audiência pública para discutir a proposta. A reunião aconteceu na Assembleia Legislativa do Piauí.

Em falas exaltadas e muito barulho, a audiência aconteceu também com uma espécie de manifestação contrária a Proposta de Emenda à Constituição (Pec) nº 287/2016, que estabelece mudanças na Previdência Social. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí (Sinte), Odenir de Jesus, afirmou que a os servidores em Educação estão iniciando hoje uma greve geral nacional contra a aprovação da PEC.

“Ela prejudica toda a classe trabalhadora. Nós da educação, principalmente, vamos ser mais atingidas porque com o desgaste na nossa função a gente tem a aposentadoria especial e como propõe a reforma a gente perde esse direito. [...] Por isso, a classe dos sindicatos dos trabalhadores em Educação iniciam hoje um greve nacional”
, assegurou.

O deputado João de Deus (PT), que afirmou ser ‘terminantemente contra” a matéria, disse que o PT e alguns deputados, como ele, irão encampar uma ação a nível nacional na luta por alterações na reforma.

“A ideia é discutir e ver como eles pretendem conduzir as discussões sobre a reforma da previdência. Todos nós parlamentares vamos contribuir, para fazer uma luta nacional para garantir que haja mudanças nessa reforma”.


Imagem: Cidadeverde.comEm audiência, Educação decreta greve contra reforma da Previdência.(Imagem:Cidadeverde.com)

Evaldo Gomes também demonstrou ser contra. “É uma reforma que eu não concordo, nociva, atinge de frente principalmente os mais pobres, a classe trabalhadora, que jamais vai conseguir se aposentar com 75 anos, então minha opinião é contrária a sua aprovação”.

Participaram também da audiência representantes da Fetag, Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e dos Urbanitários do Piauí, Central Única de Trabalhadores, CUT, além de outros.

Manifestantes também reuniram-se hoje em frente ao prédio do INSS para protestar contra a PEC.

Entenda a Reforma


A principal mudança que está sendo apresentada pela proposta é a alteração da idade mínima de 65 anos tanto para homens, quanto para mulheres. Hoje existe uma aposentadoria por idade - mínimo de 65 anos para homem e 60 anos para mulher, contanto que tenham contribuído por pelo menos 15 anos. Só que para a maioria serve a aposentadoria por tempo de contribuição. Além disso, ela aumenta o tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos, tanto para homens, quanto para mulheres.

Outro ponto polêmico é o benefício integral apenas após 49 anos de contribuição. Há ainda mudanças nas regras para aposentadorias de servidores públicos, pensionistas, proibição do acúmulo de benefícios e o governo propõe que as regras da aposentadoria rural sejam as mesmas dos urbanos, que hoje são diferentes –trabalhadores do campo atualmente se aposentam com 55 anos (mulheres) e 60 anos – homens – e precisam comprovar 15 anos de trabalho no campo.