Presos ateiam fogo em colchões e fazem motim em presídio de Teresina

17/03/2016 10h52


Fonte G1 PI

Imagem: Divulgação/SinpoljuspiColchões foram queimados pelos detentos na porta das celas.(Imagem:Divulgação/Sinpoljuspi)Colchões foram queimados pelos detentos na porta das celas.

Um clima de tensão tomou conta da Penitenciária Irmão Guido, em Teresina, na manhã desta quinta-feira (17). Presos do Pavilhão B da Penitenciária Irmão Guido, em Teresina, atearam fogo em lençóis e colchões durante um motim. Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), os detentos se exaltaram após a descoberta de um plano de fuga.

“Os agentes descobriram um túnel e impediram a fuga de vários presos na noite de quarta-feira (16). Na manhã de hoje eles (agentes) foram surpreendidos com o motim”,
falou o vice-presidente do Sindicato, Kleiton Holanda.

Ainda segundo ele, até as 9h30 desta quinta-feira os agentes ainda estavam tendo dificuldade para controlar o motim porque estão sem armas não letais, a exemplo de balas de borracha.

A direção do presídio acionou homens da Força Tática da Polícia Militar para tentar conter os presos. O Corpo de Bombeiros também foi até o presídio para apagar o fogo ateado em colchões pelos presos.

Em nota, a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus) informou que o serviço de inteligência da gerência da Penitenciária Regional Irmão Guido, conseguiu abortar duas tentativas de fuga no final da tarde dessa quarta-feira.

Imagem: Divulgação/SinpoljuspiClique para ampliarPresos serraram grades da cela 17 na tentativa de fugirem.(Imagem:Divulgação/Sinpoljuspi)

No pavilhão C, os presos serraram grades da cela 17, para tentar fugir. Já no pavilhão B, um buraco estava sendo cavado na cela 8 e foi descoberto. Cerca de 15 presos estavam envolvidos na tentativa de fuga.

Estamos fazendo de tudo para garantir que o preso fique preso e cumpra sua pena. Graças ao trabalho da gerência e dos agentes penitenciários, conseguimos abortar a ação", disse Fábio Keyller, diretor do presídio.

Morte no presídio

Em fevereiro, um detento identificado como Luís Sanderson da Silva Araújo foi morto com várias perfurações durante banho de sol na Penitenciária Irmão Guido. Em nota, secretaria de Justiça disse que está investigando o caso e que está dando todo o suporte para os familiares do detento.

Segundo o vice-presidente do Sinpoljuspi, o crime pode ter sido motivado por uma briga de facções dentro do presídio. “Esse preso que foi assassinado é condenado há mais de 22 anos de prisão. Já houve registros de que ele tenha si envolvido em várias brigas dentro do presídio, mas nunca nos relatou que estava sendo ameaçado. Foram várias perfurações no rosto e no tórax”, comentou.

De acordo com o sindicalista, essa já seria a quinta morte no sistema prisional do Piauí em 2016, sendo que duas foram por homicídio e três de presos que tiveram problemas de saúde. Kleiton revelou ainda que a Penitenciária Irmão Guido têm capacidade para 320 detentos e que atualmente abriga 414.

“Nosso sistema prisional está defasado e os presídios superlotados. Além disso, a estrutura desses locais está péssima. Os presos tem uma grande facilidade para retirarem barras de ferro da estrutura e fazerem armas artesanais, nas quais matam os outros”, revelou.

Os dados do Sinpoljuspi mostram ainda que somente em 2016 ocorreram pelo menos 37 fugas e 29 tentativas. “Foram registradas três fugas na Casa de Custódia, uma na Irmão Guido, três no Hospital Penitenciário e 30 na Major César de Oliveira. Além disso tivemos também oito tentativas na Casa de Custódia, 19 na Irmão Guido e duas em Esperantina”, denunciou Kleiton.

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