Policiais reclamam: 'Secretaria de segurança é fictícia'

22/10/2012 14h19


Fonte 180graus

Imagem: 180grausClique para ampliarChefe de plantão (à direita) conversa com delegado Armandinho Pinto, da CICO.(Imagem:180graus)Chefe de plantão (à direita) conversa com delegado Armandinho Pinto, da CICO.

Após a invasão no 22º Distrito Policial, os agentes que estavam de plantão durante a madrugada e foram rendidos pelos bandidos, reclamaram da falta de segurança e da pouca estrutura das delegacias da capital. Para eles, a secretaria de segurança 'é fictícia' e não são dadas as mínimas condições de segurança no trabalho exigidas.

Na madrugada desta segunda (22/10), seis homens invadiram a delegacia localizada no Parque Wall Ferraz, zona Norte de Teresina, e deram fuga para oito presos que estavam nas celas do lugar. Isso depois de render os três únicos agentes de plantão no lugar.

Três dos fugitivos já foram recapturados e a Comissão Investigadora do Crime Organizado foi acionada para trabalhar na investigação da fuga. Até agora os indícios são de que os bandidos, que não são da região da zona Norte, estariam destinados a dar fuga a apenas dois dos presos.

O 180graus foi até a delegacia e conversou com o policial que estava como chefe de plantão do DP no momento da ação. Brito conta que além do pouco armamento, o contingente de policiais é pequeno. “Apenas três homens que não tiveram chance de reação contra os seis indivíduos que entraram. Tínhamos apenas duas armas, não pudemos fazer muita coisa. Como aqui fica tudo aberto, sem segurança nenhuma, acabamos sendo surpreendidos”.

ENTENDA COMO FOI A AÇÃO


“Para nós seria mais um plantão normal, porém a noite não foi como esperávamos. Um dos indivíduos chegou aqui como um cidadão comum, abordando-nos como se quisessem fazer um B.O. Enquanto um deles conversava com o Barros (agente), outro veio por traz e colocando arma na cabeça dele. Depois entraram todos, e nos renderam, nos levaram para a cantina e nos colocaram deitados no chão”, conta o chefe de plantão.

Em seguida, um dos policiais identificado pelo nome de Miguel, que ainda não tinha visto a ação dos bandidos, esboçou reação e acabou sendo atingido com uma coronhada na testa. “Eles o derrubaram, e o algemaram pelos pés, e nos obrigaram a levar o Miguel arrastado pelos pés até a cela onde ficamos trancados”, contou.

Para os policiais, além da insegurança, a quantidade de presos também ajuda a aumentar o problema. “Apenas dois presos eram daqui, os outros vieram de outros lugares. Isso significa o quê? Que a delegacia virou depósito de presos”. O policial acrescentou ainda. “Não temos câmeras na área externa nem interna para fazer esta vigilância, estamos totalmente vulneráveis, na delegacia não há um muro e precisamos ficar com as portas abertas para quem precisa dos serviços. Além disso, a própria estrutura precária do lugar”.


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