PM registra 464 assaltos a comércios no primeiro semestre em Teresina

08/09/2014 11h26


Fonte G1 PI

Segundo dados da Polícia Militar, no primeiro semestre deste ano foram registrados 464 assaltos a comércios de Teresina. A falta de segurança vem mudando a rotina dos comerciantes da capital que adotaram algumas medidas para evitar ser alvo fácil de criminosos. Alguns deixaram de abrir nos finais de semana, enquanto outro só funcionam em horários específicos e ainda adotaram grades para limitar o acesso ao comércio.

Para se proteger, o comerciante Manoel José Campelo colocou grades em todo o seu estabelecimento no bairro Santa Fé, Zona Sul da cidade. Ela conta ter sido assaltado apenas duas vezes e não esperou novas ocorrências para adotar a medida.

"Mesmo com grade mudei o horário de atendimento porque em determinadas horas é mais perigoso. Eu me sinto preso, mas se não tivesse adotado isso já teriam levado até as prateleiras. Hoje, ser comerciante é uma área de risco, infelizmente a situação está terrível",
frisou.

Segundo o coronel Renato Alves, Relações Públicas da PM, o número é bem maior do que o registrado, já que muitas vítimas deixam de fazer o boletim de ocorrência ou não procuram os órgãos competentes.

"Sabemos que os assaltos são superiores aos que temos notificados. Como as pessoas não prestam queixa dos crimes, temos até dificuldade em saber quais regiões onde há mais ocorrência e assim desenvolver uma ação naquele determinado local",
declarou.

Sobre o reforço na segurança para quem vive do comércio, o coronel da PM destacou não ter condições materiais e efetivo para fazer um trabalho localizado em cada estabelecimento.

"A Polícia Militar faz um trabalho ostensivo e preventivo, com patrulha nas ruas da cidade e abordando pessoas em atitudes suspeitas. Não temos como colocar um policial para cada comércio, quem quiser mais proteção, deverá contratar um segurança",
explicou.

Imagem: Catarina Costa / G1Clique para ampliarCoronel Renato Alves reclama da falta de punição no país.(Imagem:Catarina Costa / G1)Coronel Renato Alves reclama da falta de punição no país.

O coronel Renato Alves disse ainda que o principal problema no crescimento da violência está na falta de punição, já que a legislação atual prevê a fiança para acusados de furtos e roubos.

"Uma pessoa que praticou um crime desse, paga a fiança e volta para a rua, praticando outro delito mais grave. Ou começa a mudança pelas leis ou não sei para onde estamos caminhando",
disse.

Outro problema apontado pelo representante da PM é falta de investimento na segurança pública. De acordo com ele, o efetivo da polícia deveria ser de 11.330 mil , policiais, mas não chega à metade.

"É preciso investir no policial, tanto com equipamento quanto no salarial, porque isto desestimula o exercício e colabora para uma segurança de péssima qualidade", comentou.

De acordo com o coronel, outro ponto que fragiliza o sistema é a questão das armas, que são vendidas livremente no país e algumas adquiridas de forma ilegal pelas fronteiras.

"Tivemos um plebiscito do desarmamento, onde muitas pessoas votaram a favor, mas se fosse feito hoje era algo para ser repensado, porque a maioria mudaria de opinião. Todo mundo que entra no país deveria ser vistoriado, deveríamos ter uma fiscalização bem maior nas fronteiras, aeroportos, estabelecimentos públicos",
concluiu.

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