DHPP conclui inquérito e indicia PM por morte de menina de 6 anos durante assalto em Teresina

14/12/2022 09h18

Fonte G1 PI

O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu a investigação sobre a morte da menina Débora Vitória, de 6 anos, durante um assalto no bairro Ilhotas, Zona Sul de Teresina, e indiciou o policial militar por homicídio doloso. O inquérito policial foi finalizado nesta terça-feira (13).

Ao g1, a defesa do policial militar informou que irá recorrer junto ao Ministério Público.

A delegada Nathália Figueiredo informou que o tiro que matou a menina foi disparado pelo policial militar que reagiu ao assalto. A constatação foi possível após a realização da microcomparação balística e requisição complementar.

A delegada informou que a parte do projétil [núcleo de chumbo] encontrada no corpo da criança não era suficiente para realização da microcomparação balística. Contudo, um revestimento de projétil, que depois constatou-se que foi disparado da arma do policial, foi encontrado em uma poça de sangue no chão e serviu para a análise pericial.

"No entanto, quando foi realizado o local de crime, a perícia coletou um encamisamento [espécie revestimento do projétil] e ele estava em uma poça de sangue. Foi feito o exame de DNA para saber se aquele sangue encontrado no encamisamento era, de fato, da Débora. E, através do exame, a gente constatou que sim. A partir do momento que a gente soube que o encamisamento estava sujo com o sangue da criança, foi necessário saber se, de fato, esse encamisamento pertencia a esse núcleo de chumbo”, afirmou.

“Foram feitos exames para averiguar a compatibilidade com os projéteis que eram tanto da arma apresentada pelo policial militar quanto da arma artesanal [do assaltante]. E houve compatibilidade do encamisamento com a arma apresentada pelo policial. E, através de uma análise microscópica, chegou-se à conclusão de que o núcleo de chumbo pertencia a esse encamisamento”, complementou a delegada Nathália Figueiredo.

Para a delegada, tratou-se de dolo eventual, quando não há vontade/intenção de se praticar um determinado ato, mas a pessoa assume o risco.

“Mesmo que a pessoa não queira praticar um determinado resultado, ela continua praticando a conduta assumindo o risco de acontecer. Então, nessa situação, eu entendi que, em relação ao policial, houve dolo eventual em relação ao homicídio da criança. Repito: não houve uma vontade direta de praticar, mas, de certa forma, na situação que aconteceu, em que houve troca de disparos e, tanto a criança quanto a mãe estavam na linha de tiro, então, de certa forma, ele assumiu o risco realizando os disparos mesmo com a presença de civis”, explicou.

Com a finalização do inquérito, ele será encaminhado à Justiça.

Protesto

Nesta segunda (12), familiares, vizinhos e amigos da família da menina Débora Vitória fizeram um protesto diante do Fórum Cível e Criminal de Teresina para cobrar agilidade na conclusão do inquérito que investiga a morte, e pedir pela prisão do policial militar. Eles estenderam cartazes e balões brancos em homenagem à menina, e gritaram pedindo por "Justiça".

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