Detento leva tiro no olho em rebelião e fica cego, diz defensor público

17/05/2016 08h22


Fonte G1 PI

Imagem: Sinpoljuspi/DivulgaçãoRebelião na Casa de Custódia de Teresina foi pacificada pela Polícia Militar.(Imagem:Sinpoljuspi/Divulgação)Rebelião na Casa de Custódia de Teresina foi pacificada pela Polícia Militar.

O defensor público do Piauí Juliano Leonel, que acompanhou toda a rebelião na Casa de Custódia nesta segunda-feira (16), afirmou que pelo menos cinco presos ficaram feridos durante o motim e um ficou cego após levar um tiro. “Dentre os feridos, dois ficaram na unidade prisional, já os outros três precisaram ser levados ao HUT (Hospital de Urgência Teresina). Um desses levou um tiro de bala de borracha no olho e perdeu a visão”, contou.

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí, também esteve no local acompanhando a rebelião que teve início às 13h e só foi controlada por volta das 19h.

O subsecretário de Justiça do Piauí, Carlos Edilson Sousa, afirmou que vários pavilhões ficaram bastante danificados e confirmou apenas dois feridos. “Sabemos de dois feridos e ainda não se sabe o porquê desse movimento”, disse.

Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), Kleiton Holanda, nesse domingo (15) houve uma tentativa de homicídio no Pavilhão F e a diretoria puniu os detentos deste prédio suspendendo as visitas familiares que iriam ser realizadas nesta segunda-feira (16). Esse seria o motivo da rebelião.

Entretanto, o subsecretário de Justiça contrariou essa informação. “A rebelião começou pelo Pavilhão H e a tentativa de assassinato foi no F, então não procede essa informação de que o motim teve início por conta da suspensão das visitas”, contou Carlos Edilson.

Rebelião

A Casa de Custódia de Teresina foi palco de uma rebelião que durou cerca de seis horas, nesta segunda-feira (16). Os detentos quebraram celas, camas, grades, atearam fogo em colchões e lençóis. A situação foi resolvida com a entrada de policiais militares do Ronda Ostensivas de Natureza Especiais (Rone) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) . A reportagem do G1 escutou sons de muitas bombas e tiros.