Com 'cracolândia' a 300 metros do HUT, violência cresce na região

10/01/2015 09h47


Fonte G1 PI

Imagem: Ellyo Texeira/G1Barracos são construídos de forma improvisada no meio de lixo e esgoto.(Imagem:Ellyo Texeira/G1)Barracos são construídos de forma improvisada no meio de lixo e esgoto.

Um terreno baldio localizado a cerca de 300 metros do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), no bairro Redenção, na Zona Sul da capital, está sendo tomado por lixo e ocupado por moradores de rua e usuários de drogas. Moradores e trabalhadores das redondezas já chamam o local de ‘cracolândia’ e afirmam que a criminalidade cresceu na região depois que ocorreu a ocupação do terreno.

Imagem: Ellyo Texeira/G1Clique para ampliarHomem faz uso de entropecente dentro de um dos barracos.(Imagem:Ellyo Texeira/G1)Homem faz uso de entropecente dentro de um dos barracos.

No local, várias pessoas construíram casebres de papelão, plásticos e tapumes para se proteger da chuva, do sol e alguns também as utilizam também como local para usar entorpecentes. O terreno também serve como lixão, onde carroceiros e motoristas de caminhões chegam a todo o momento e jogam os entulhos ali mesmo. Uma dessas moradoras é Maria Eunice Miranda, de 32 anos, que preferiu não mostrar o rosto.

A mulher disse que é usuária de crack e que mora no local por obrigação. “Por conta do meu vício eu tive que sair de casa e fui obrigada a viver aqui, para não ficar no meio do tempo. Com ajuda de um companheiro nós construímos um barraco”, disse.

Imagem: Ellyo Texeira/G1Clique para ampliarMaria Eunice Miranda, de 32 anos.(Imagem:Ellyo Texeira/G1)Maria Eunice Miranda, de 32 anos.

A mulher afirmou que a maioria dos moradores também são usuários de droga e que cometem crimes para manter o vício, mas alegou trabalhar para conseguir dinheiro. “As pessoas aqui fazem arrombamentos e assaltos para ganhar dinheiro e comprar droga. Eu trabalho de flanelinha, olho os carros em frente ao hospital e com o dinheiro que consigo, compro pedra (crack)”, contou.

O taxista Edilson Barbosa relatou que diariamente presencia assaltos no local e brigas entre os próprios usuários. “Eles andam armados e geralmente assaltam mulheres e todo o material roubado é trocado por droga nos pontos de venda aqui nas proximidades”, revelou.

Outra moradora que também é usuária de crack e pediu para não ser identificada disse que estava há quatro dias sem dormir. “Sou viciada e não nego. Estou há três dias sem comer e dormir, só usando droga. Uso sempre uma faquinha para me defender e não vou negar”, disse a mulher.

A usuária ainda revelou que os pontos de venda de droga são em uma vila próximo ao terreno. “A gente compra o crack aqui mesmo na vila Jerusalém e tem pedra de todo valor, de R$ 2, de R$ 5 e 10, tem até de R$ 20. Tudo que consigo, compro de pedra”, contou.

O assistente técnico de fiscalização da Superintendência de Desenvolvimento Urbano Sul (SDU) disse que terreno está sendo usado de forma provisória como área de transbordo. “Carroceiros e outros deixam o lixo lá, que é recolhido por carros da prefeitura. Isso ocorre enquanto não são instalados os contêineres do Programa de Recolhimento de Resíduos Sólidos. Aquelas pessoas que estão lá catam material reciclável do lixo despejado. Não temos conhecimento que elas usam drogas. Quando instalarmos tudo, os contêineres, vamos notificar o proprietário do terreno para que ele coloque calçada e muro”, explicou.

A Polícia Militar afirmou que tem feito um trabalho integrado com a Policia Civil na tentativa de reduzir o tráfico e o consumo de entorpecentes na região e que a partir da próxima semana fará o aumento de diligencias para monitorar esses locais. Além disso, a PM disse ainda que o próprio comandante geral da corporação irá ao local para tomar conhecimento da situação.

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Tópicos: droga, terreno, usuários