Teori Zavascki libera denúncia sobre Cunha para julgamento no STF
11/06/2016 10h00Fonte G1.com
O ministro Teori Zavascki liberou para julgamento a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), referente a contas na Suíça atribuídas ao parlamentar.Ainda não há data para o plenário do Supremo Tribunal Federal analisar a acusação.
O Supremo já aceitou uma outra denúncia sobre Cunha na Lava Jato, relativa a uma suspeita de que ele exigiu e recebeu ao menos US$ 5 milhões em propina de um contrato do estaleiro Samsung Heavy Industries com a Petrobras.
A liberação da segunda denúncia significa que Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, já concluiu sua análise sobre o caso.
Após seu voto, pelo recebimento ou rejeição da denúncia, os outros 10 ministros da Corte também vão se manifestar. Caso a acusação seja aceita, o deputado passa a ser réu numa segunda ação penal relacionada a desvios na Petrobras.
A data do julgamento depende agora de decisão do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, a quem cabe pautar os processos no plenário.
A acusação é baseada em investigação aberta em outubro do ano passado sobre o deputado, sua mulher, Cláudia Cruz, e de uma de suas filhas, Danielle Cunha. O inquérito apontava indícios de que o deputado teria cometido evasão de divisas, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Além desses crimes, a denúncia também acusa o deputado de crime de falsidade ideológica, eleitoral por omissão de rendimentos na prestação de contas eleitoral. Se a ação for aberta, a Procuradoria quer a perda do mandato parlamentar.
Segundo a Procuradoria, Cunha recebeu pelo menos US$ 1,31 milhão – R$ 5,2 milhões – em uma conta na Suíça. O dinheiro, segundo a Suíça, foi recebido como propina pela viabilização da aquisição, pela Petrobras, de um campo de petróleo em Benin, na África.
A PGR pede a devolução de valores e reparação de danos materiais e morais no valor de duas vezes a propina – R$ 10,5 milhões.
Imagem: Evaristo Sá
Claudia Cruz, mulher do presidente suspenso da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, ao lado dele durante cerimônia no congresso.
Claudia Cruz, mulher do presidente suspenso da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, ao lado dele durante cerimônia no congresso.Mulher de Cunha virou ré
Nesta quinta-feira (9), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, aceitou denúncia contra a mulher de Cunha.
Agora, Cláudia Cruz passa a responder em um processo por suspeita de ter recebido, por meio de contas na Suíça, parte de valores de uma propina de cerca de US$ 1,5 milhão paga ao marido.
Em nota à imprensa, o deputado Eduardo Cunha afirma que as contas de Cláudia no exterior estavam "dentro das normas da legislação brasileira", que foram declaradas às autoridades e que não foram abastecidas por recursos ilícitos.
A defesa de Claudia Cruz informou que ela "responderá às imputações como fez até o momento, colaborando com a Justiça e entregando os documentos necessários à apuração dos fatos" e afirmou que a cliente "não tem qualquer relação com atos de corrupção ou de lavagem de dinheiro, não conhece os demais denunciados e jamais participou ou presenciou negociações ilícitas".
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