Rafael Fonteles tem oposição maior que Wellington Dias em 2018 na Alepi

28/04/2024 08h55

Fonte Portal Clube News

Apesar da adesão dos deputados estaduais Marden Menezes e Bárbara do Firmino, ambos do Progressistas, à base do governador Rafael Fonteles (PT-PI), o grupo de aliados ao Palácio de Karnak, na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), permanece inferior ao bloco conquistado pelo atual ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.

Nas eleições de 2018, Wellington Dias conseguiu se reeleger ao quarto mandato de governador do Piauí. O reflexo disso, na Assembleia, foi a eleição de 26 deputados aliados ao Chefe do Executivo Estadual. A oposição era composta por apenas quatro parlamentares: Gustavo Neiva, Lucy Soares, Teresa Britto e Marden Menezes.

O rompimento político entre Wellington Dias e o senador da República, Ciro Nogueira, em 2020, provocou uma cisão no Poder Legislativo, reforçando o bloco oposicionista, que passou a contar com sete parlamentares. A base aliada reduziu para 23 parlamentares, porém, prevaleceu a maioria governista no Parlamento.


Em 2022, Rafael Fonteles foi eleito para o cargo de governador do Piauí pela primeira vez. Apesar do crescimento da oposição para oito deputados, o bloco aliado manteve a força, com 22 parlamentares.

A articulação política de Rafael Fonteles no primeiro ano de gestão resultou na adesão de Bárbara do Firmino – que na época recuou da pré-candidatura à Prefeitura de Teresina – e Marden Menezes, histórico opositor às gestões de Wellington Dias.

Atualmente, dentre os 30 deputados da Alepi, 80% compõem os quadros do Governo do Estado. O índice é superior aos 76% conquistados por Wellington Dias ao final da sua gestão, em março de 2022. Em 2018, o quantitativo era de, aproximadamente, 86%.

Contrapeso e falta de equilíbrio

O cientista político, Ivan Machado, em entrevista ao Portal ClubeNews, reconheceu que o número expressivo de aliados no Poder Legislativo garante maior fluidez das matérias de interesse do Executivo.

Entretanto, na avaliação de Ivan Machado, a falta de um contrapeso também pode ser prejudicial em eventuais deliberações, implicando em menor fiscalização sobre as ações do Governo.

“Isso pode resultar em decisões menos transparentes e menos representativas dos interesses diversos da população, o que pode afetar negativamente a eficácia e a equidade das políticas implementadas”, disse.

Democracia em jogo

Segundo o cientista político, um parlamento mais equilibrado – com uma distribuição igualitária de poder entre os agentes políticos, partidos e correntes políticas – pode ser uma garantia de maior democracia e amplitude dos debates durante as votações.

“Isso porque um equilíbrio de forças incentiva a discussão de diferentes pontos de vista e a busca por consenso, resultando em políticas mais bem elaboradas e que refletem melhor as necessidades e desejos da sociedade como um todo, principalmente se considerarmos que a sociedade possui os pensamentos mais divergentes possíveis”, concluiu.

Veja a lista dos deputados de oposição ao Governo Rafael Fonteles:

– Dr. Thales (PP);

– Wilson Brandão (PP);

– Gustavo Neiva (PP);

– Gracinha Mão Santa (PP);

– *Gessivaldo Isaías (Republicanos);

– *B. Sá (PP).

*Deputado que cumpre mandato na condição de suplente.

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